A última fronteira?
Disputou-se no passado domingo a final do Campeonato do Mundo de futebol feminino, que decorreu em França, ganha pela selecção dos Estado Unidos (2-0 à surpreendente Holanda), a mais titulada da modalidade. No final do jogo as bancadas irromperam num cântico que rapidamente saiu do Estádio e e rompeu fronteiras: "Equal pay! Equal pay! Equal pay!"
Pouco antes do início do campeonato do mundo, as jogadoras da selecção alemã, a mais titulada na Europa, tinham já lançado o movimento, com um vídeo que se tornou viral. E que a as jogadoras americanas acabaram de replicar, já depois do jogo decisivo e da erupção nas bancadas de há três dias.
Depois de conquistarem o direito a jogar à bola como os rapazes, de superarem o estereotipo das "gajas não sabem" nem têm condições para jogar à bola e, por fim, de demonstrarem, como fizeram em especial neste Mundial de França, que são capazes de produzir um jogo tão competitivo e tão espectacular como os homens, as mulheres do futebol, que há poucas semanas exigiam apenas reconhecimento - evidente no vídeo das jogadoras alemãs -, exigem agora "equal pay".
Não que lhes paguem salários iguais aos de Messi e Ronaldo, mas que paguem o jogo, que paguem o espectáculo, como pagam no futebol masculino para, depois sim, pagar às Messis e Ronaldas que por aí há, ou que por aí acabarão por surgir.
A História aqui não difere muito da do resto das actividades. Apenas andou mais depressa. Talvez por ser a última fronteira ...