À volta de Krugman
Paul Krugman voltou a passar por cá. E a defender as teses da anti-austeridade, a apontar o dedo ao fundamentalismo (político) económico reinante na União Europeia e, de uma forma geral, a dar cobertura à política económica do governo.
Apontou os dois maiores riscos da economia portuguesa: o envelhecimento da população - com o que representa de encargos, e com o que dificulta a inovação e o consumo - e a emigração, a caixa da emigração jovem que se abriu nos últimos quatro anos.
Na realidade entendo que Krugman se referia às duas maiores ameaças que pairam sobre a nossa economia e a nossa sociedade: a natalidade - hoje, mais uma vez, em discussão na Assembleia da República - e a emigração. O resto são tretas, modas, ou o que lhe queiram chamar.
O problema, como se qualquer deles não fosse suficientemente grave, é que ambos convergem para o mesmo ponto: o envelhecimento da população. Se, não nascendo gente nova, a população envelhece, envelhece ainda mais quando os mais novos partem, ficando apenas os mais velhos.
Fomentar a natalidade e estancar a emigração - é um fenómeno de pura aberração que um país pobre gaste recursos a formar pessoas para depois entregar os países mais ricos - não é uma mera decisão política. Tem que ser, sem qualquer sombra de dúvida, o principal objectivo estratégico do país. Mas, aí está: sem crescimento económico não vale sequer a pena enunciá-lo.