Acabou a aldrabice. Venha a próxima!
Não era possível esperar em Braga um Benfica galvanizado, a acreditar que o milagre ainda era possível. Ainda assim tinha de se esperar um Benfica determinado a ganhar o jogo, sabendo que só esse desenlace legitimaria qualquer crença.
Percebeu-se muito cedo que, ao encher de desperdício aquele quarto de hora inicial de domínio completo do jogo, o Benfica teria enormes dificuldades em atingir a vitória. Porque o futebol é impiedoso, e com o Benfica é ainda mais assim.
O Benfica poderia ter arrumado com a questão do resultado nesse primeiro quarto de hora. Ao desperdiçar golos feitos, como aconteceu com Leandro Barreiro e Pavlidis, no período em que o Braga andava aos papéis, o Benfica deu, mais uma vez, oxigénio ao adversário.
A partir daí o Braga fechou-se lá atrás, com 10 jogadores à frente do guarda-redes, e saiu em contra-ataque sempre que pôde. O Benfica deixou de conseguir rematar - havia sempre um pé ou uma perna a impedi-lo -, e deixou de ter soluções para concluir as inúmeras jogadas de ataque que sucessivamente criava.
No meio disto, como se já não bastasse, apareceu a arbitragem. O árbitro chamava-se Miguel Nogueira, é de Braga mas inscrito na A F Lisboa, mas podia chamar-se outro nome qualquer. Porque isto já não tem solução. O futebol em Portugal é uma fraude. Falta declará-la oficialmente.
A meio da primeira parte o Ricardo Horta teatralizou - já foi um bom jogador, agora dedica-se à pantominice - o VAR chamou o árbitro e este, inacreditavelmente, assinalou penálti. O que não faria logo a seguir, quando o lateral direito do Braga se atirou para cima do Barreio, derrubando-o dentro da área.
Desta vez Trubin não podia deter o remate de Zalazar, ao ângulo superior direito.
O golo do Braga não mudou nada do que já vinha sendo o jogo, depois do tal quarto de hora inicial. O Benfica a atacar, sem encontrar espaços, e o Braga a contra-atacar, encontrando todo o espaço. E o árbitro a ignorar as faltas (e amarelos) dos jogadores bracarenses, a destabilizar ainda mais a equipa do Benfica. O clímax foi atingido já nos minutos finais da primeira parte, quando Zalazar, que já devia ter sido sancionado com o amarelo por duas vezes, agrediu Otamendi.
O rapaz do apito nada assinalou, o capitão do Benfica protestou, e acabou ele com o amarelo. Aí, a equipa caiu em verdadeiro desespero. Valeu Trubin, para agarrar a equipa até ao intervalo.
Esperava-se que Bruno Lage aproveitasse o intervalo para mexer na equipa, e alterar o rumo das coisas. Entre jogadores completamente perdidos, como Carreras, provavelmente já com a cabeça em Madrid, e Schelderup, provavelmente com o Nuno Magalhães na cabeça, e outros, como o Barreiro, em que o posicionamento (o mais adiantado do trio do meio campo) não estava a resultar, havia muito por onde escolher.
Bruno Lage manteve tudo na mesma, e adiou as substituições por mais um quarto de hora, mantendo-se fiel ao seu princípio que as substituições só se fazem depois do minuto 60. E manteve Carreras até ao fim, a acumular asneiras.
E a segunda parte acabou por ser uma das mais desgraçadas que se viram ao Benfica. O golo do empate - Pavlidis fez tudo, outra vez! - chegou logo a seguir às substituições. E logo a seguir ao golo, João Moutinho foi (bem) expulso (como também deveriam ter sido Zalazar e Racic). Com meia hora a jogar com mais um, as melhores oportunidades pertenceram ao adversário. E, mesmo com a grande exibição de Pavlidis, o melhor em campo terá mesmo sido Trubin.
E isto diz bem do jogo desgraçado do Benfica. Que era a última coisa que se desejava no transfere para a final da Taça, com passagem por Braga.
E pronto, acabou o campeonato. Dizem que foi competitivo, mas foi só uma aldrabice pegada.