Afinal o governo só não festeja. Mas deixa festejar!
O governo encontrou no luto pelo Papa Francisco um bom pretexto para não festejar o 25 de Abril. Que, de qualquer maneira, já não festejaria. Na realidade não se lhe conhecia qualquer iniciativa, nem sequer vontade, para festejar o 25 de Abril. Porque o 25 de Novembro é que é para festejar!
Como se isto - justificar porque não festeja o que nunca festejaria - não fosse já hipocrisia da grossa, depois de o governo, pela voz do superlativo Leitão Amaro, ter vindo dizer que o "luto nacional" prevê "restrições e limitações" , e "impõe reserva relativamente às celebrações" - com o que pretendia exactamente isso: que as pessoas se restringissem e se limitassem na festa - vem, depois, já não pela voz, mas pelo punho do gabinete do mesmo superlativo ministro, dizer que não. Que não impõe quaisquer restrições à celebração do 25 de Abril - era mesmo só o que faltava! -, que essas limitações e restrições são apenas para os membros do governo.
A isto poderia chamar-se simplesmente falta de vergonha. Mas chama-se intrujice, artimanha, trapaça, falácia e pulhice. Tudo junto!