Agora é a sério!
O Benfica arrancou para a segunda metade do campeonato da mesma forma afirmativa que com que concluíra a primeira volta, numa espécie de dobradinha minhota.
Hoje, em Braga, o Benfica passou por cima das dificuldades com grande à vontade, alardeando uma enormíssima superioridade técnica e táctica sobre o Braga. Tão flagrante quanto inesperada, deve dizer-se.
O Benfica simplesmente não deixou o adversário jogar, e dispôs do jogo como entendeu. Pressão alta, sempre a impedir o Braga de construir jogo, e sempre a recuperar a bola já muito perto da baliza adversária. A primeira parte foi assim, o golo chegou cedo, aos 11 minutos, e a equipa apresentava um futebol vistoso e de grande qualidade, a que só faltavam golos.
O Braga só não existiu porque logrou duas boas oportunidades para concluir, falhando os seus avançados o encontro com a bola. Só que ambas em fora de jogo, o que quer dizer que, se tivessem sido concretizadas, seriam anuladas pelo VAR. E daí nunca se sabe...
O início da segunda parte nem deu tempo aos jogadores da casa para arrumarem as ideias que eventualmente o seu treinador lhes tenha metido na cabeça. Bola ao centro, canto, bola de Jardel no poste, e penalti sobre Jonas. Que, lá está, o VAR não viu e Soares Dias não quis ver. Já não há dúvidas que o VAR dexiou cair a sílaba do meio da verdade. É uma verdade desportiva de duas sílabas apenas.
Nada no entanto que rompesse com o que estava a ser o jogo. E o segundo golo surgiu com naturalidade, de Jonas. Naturalmente, e na sequência de mais uma bela jogada de futebol, pouco depois de o segundo quarto de hora ter chegado à segunda parte do jogo.
Até que surgiu o momento que Bruno Varela não merecia, 10 minutos depois. Errou numa bola fácil - ficou a meio caminho na saída a um cruzamento - e o Braga reduziu. Com a força do golo, e com o público braguista a acreditar, a equipa da casa cresceu, e o Benfica já não tinha Jonas em campo - Jonas é insubstituível neste jogo do Benfica, mas também não é humano pedir-lhe que dure os 90 minutos a fazer tudo aquilo que faz, como mais ninguém - e tinha Pizzi, que já lá não devia ter.
Na verdade, os último 20 minutos - o último quarto de hora, mais os 5 minutos de tempo extra - foram outro jogo. Mas até nesse, o Benfica, noutro registo, foi muito superior. Marcou mais um golo - e que golo (por Raul, que minutos antes falhara escandalosamente, isolado na cara do guarda-redes) e que jogada! - e criou mais uma ou duas oportunidades para dar outra expressão ao resultado. Nesse período o Braga limitou-se a permitir que Varela se redimisse, com uma boa intervenção. Nada mais, e isso fazia falta!
O Benfica está transfigurado. E agora já todos acreditamos que é a sério|