Ainda há dúvidas?
Este jogo de entrada do Benfica na Champions tinha de ser ganho. Porque era em casa, perante um adversário directo, digamos assim, porque era o primeiro, e é sempre importante ganhar o primeiro jogo nestas fases curtas de apuramento, e porque o Benfica vinha de dois jogos que deixavam muitas dúvidas quanto à real capacidade da equipa.
A equipa tinha de ter assimilado todas estas condicionantes, e entrar afirmativa, sem dar grandes chances ao adversário. Não se pode dizer que o Benfica tenha feito uma má primeira parte, mas esteve longe de ser bem conseguida, e muito mais de ser convincente. E, oportunidades de golo, apenas naquele remate de Grimaldo - que regressou muito bem, a fazer com Zivkovic uma ala esquerda de grande categoria - ao poste. Porque os dois penaltis que o árbitro não quis assinalar foram só isso: penaltis por assinalar.
A equipa entrou para a segunda parte com vontade de resolver o jogo. Os primeiros minutos tiveram quase tudo o que era preciso para ganhar o jogo, com o CSKA de Moscovo encostado lá atrás. Até o golo, logo aos 5 minutos.
Só que pareceu que os jogadores pensaram que, feito o golo, estava tudo feito. A equipa perdeu intensidade e, de repente, duas carambolas dentro da área mostraram uma defesa do Benfica de manteiga. Nada que não se soubesse. O resto fê-lo o árbitro espanhol, que quis ser a figura do jogo. Não lhe bastando os penaltis que não assinalou, resolveu inacreditavelmente assinalar um contra o Benfica, que deu o empate à equipa russa sem nada ter feito por isso.
A equipa intranquilizou-se ainda mais e, na segunda vez que o adversário chegou à área, de novo com a defesa aos papéis, sofreu o golo que ditaria a derrota. A partir daí, e falltavam ainda mais de 20 munutos, deu para tudo. Para mais erros do árbitro, para entrar o Gabriel à espera de um milagre... Para tudo menos para oportunidades claras para ganhar o jogo: uma, e pronto!
Não há dúvidas que a equipa não está bem. Nem que aquele futebol sempre ali dentro da meia lua não é coisa que se apresente. Nem que Rui Vitória precisa de parar para pensar. E para se acalmar. Parece sem ideias e está claramente sem discurso. Já não dá para ouvir.