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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Ao ritmo do puxão de orelhas

Tinha tudo para ser o jogo da revolta - e da reviravolta - este de hoje, em Tondela. No fim, não fica a certeza que o tenha sido.

Mesmo com uma boa triangulação logo aos 3 minutos, que Darwin não conseguiu concluir em golo por mérito da saída do guarda-redes adversário, o Benfica não entrou assim tão bem no jogo, e as maleitas não pareciam de todo curadas. Muitos passes falhados e muitas bolas perdidas, em especial no primeiro quarto de hora, tiravam fluidez ao jogo  e permitiam ao Tondela levar com facilidade o jogo para o meio campo do Benfica. E até introduzir a bola na baliza de Vlachodimos, num lance logo anulado pelo árbitro assistente, e confirmado pelo VAR, por 24 centímetros, em que também pareceu que a bola já teria saído quando foi cruzada.

Era no entanto notório que os jogadores se entregavam ao jogo de forma diferente da dos jogos anteriores. A equipa estava mais organizada e, acima de tudo, mais intensa e a reagir melhor à perda da bola. Foi assentando o seu jogo, desta feita num 4-4-2, com Darwin e Gonçalo Ramos,  e passou a mostrar que já havia ideias, que os jogadores sabiam o que tinham para fazer, a exibição começou a ganhar tons bonitos e as oportunidades de golo começaram a surgir com grande frequência.

O primeiro golo saiu dos pés de Everton, a concluir com classe uma bela jogada de ataque, a ainda a primeira parte não tinha chegado a meio, logo na resposta ao tal lance do fora de jogo do Tondela. Logo a seguir, Everton - de longe o melhor pelo que fez na a primeira parte - só não mar ou o segundo porque a bola foi devolvida pela barra. Dez minutos depois Darwin fez do segundo golo uma obra prima. E outros tantos depois foi o poste  - o Benfica é o campeão das bolas nos ferros, já são quase tantas como os golos marcados - a negar-lhe também o golo.

Acabou assim a primeira parte, com dois golos, duas bolas nos ferros, e mais um punhado de ocasiões de golo criadas, numa exibição com espaços de bom futebol e .... tranquila. Finalmente um jogo tranquilo. Que bom que é!

A segunda parte arrancou no mesmo tom, e o terceiro golo chegou logo ao 8 minutos. Mais uma bela jogada, com assistência perfeita de Everton e conclusão de Gonçalo Ramos. A partir daqui só se poderia esperar mais golos, até mais uma goleada, de que tantas saudades tínhamos. A equipa jogava bem, só poderia estar cheia de fome de golos, e o Tondela, sempre muito vivo e resistente, teria finalmente de se entregar ao destino que o jogo lhe traçara. Para mais, logo a seguir, ficaria reduzido a dez, com a expulsão por segunda amarelo ao seu lateral esquerdo.

Só que - e agora é altura de voltar ao início - a partir daí os jogadores do Benfica decidiram voltar ao conforto  do dolce fare niente. E, em vez de mostrarem revolta e fome de sucesso, e de mostrarem aos adeptos que este era mesmo o jogo da reviravolta, regressaram à displicência. No banco, o treinador mostrava que estava de acordo. E desatou a tirar os melhores para fazer as substituições a que já estamos habituados. Entraram todos, os do costume.

E contra dez, o Benfica perdeu esse novo jogo de ... meia hora. Lá se foi a goleada, e lá se foi essa hipótese que parece cada vez mais remota de um jogo sem sofrer golos. E a oportunidade de um resultado e de um jogo convincente, que não deixasse reticências. Que até a forma como sofreu o golo - mais uma vez de um canto, que já nasceu com a defesa aos papéis, para acabar com a defesa a dormir, com Otamendi fora de campo, depois de assistido pelo atropelamento de Vlachodimos, que dra no canto.

Parece que este jogadores só trabalham com puxões de orelhas. Jogaram como o fizeram uma hora depois do puxão de orelhas de Rui Costa. E só voltaram ao jogo depois do puxão de orelhas que foi o golo sofrido. Não se lhes pode dar folga, como se faz às crianças mais mal comportadas. E não me parece que tenham lá paizinhos para não lhe dar folga. Nelson Veríssimo não é paizinho para puxar orelhas É mais para desculpar sempre os meninos: "o golo não pode apagar a exibição que a equipa fez". Pode, pode, Nelson. Pode apagar isso e muito mais! 

 

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