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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Aos trambolhões

António Silva salva Benfica na Amoreira e águias dormem no primeiro lugar

A inconsistência do futebol do Benfica nesta época é já indesmentível. Raros têm sido os jogos que domina ou controla de princípio a fim. Perde frequentemente o controlo dos jogos, e tem geralmente comportamentos distintos - muitas vezes até antagónicos - em cada parte do jogo. Se na primeira atinge um bom nível, ou mesmo apenas aceitável, na segunda cai. Quando a primeira parte fica aquém do aceitável, na segunda cresce, e chega lá.

Ao intervalo deste jogo da oitava jornada, no Estoril, a maior dúvida que se levantava era se aquilo que se vira era o melhor, ou o pior, que equipa tinha para apresentar hoje. 

Roger Schemidt abordou o jogo com o último classificado com seis alterações (mesmo que com apenas cinco jogadores novo, relativamente ao último jogo, em Milão. Quer dizer, mudou mais de metade da equipa. Para, de quem se diz que nunca muda a equipa, não é pouco. Saíram Bah e Di Maria, ambos lesionados. Morato, porque António Silva estava de volta. Bernat, porque mostrara em Turim que não está pronto. E Kokçu (nem estava entre os convocados) e João Neves, não se sabe por quê. Sabe-se apenas que o internacional turco esteve suficientemente mal em Milão, o que já não é pouco. E que, se calhar, o treinador do Benfica quis poupar o miúdo para a selecção, agora que foi convocado. 

Se todas as saídas tem explicação, o mesmo não acontece com as entradas. Percebem-se as entradas de António Silva e de Jurásek. O António por ser quem é, e o checo por não haver outro para substituir o lateral espanhol. Percebe-se que, não jogando Di Maria e com Aursenes de regresso a pau para toda a obra, João Mário tenha lugar no onze inicial. Não se percebe tão bem a de Chiquinho. Mas a verdade é que foi o melhor jogador do Benfica, esta noite (António Silva é que resolveu tudo, é claro, mas que jogou mais foi mesmo o patinho feio). E quando o Chiquinho é o melhor jogador, alguma coisa não bate certo. Que Tengstedt já tenha ultrapassado Cabral, custa a aceitar (são mais de 20 milhões, caramba!) mas já se percebe. Mas também Musa? 

Definitivamente: alguma coisa não bate certo!

Na primeira metade da primeira parte o Benfica jogou pouco. Muito pouco. Teve bola, muita bola, mais uma vez, mas não teve mais nada. Na segunda metade melhorou. O suficiente para criar então cinco - 5 - oportunidades de golo. Mesmo que apenas com um remate enquadrado - de Neres - com uma grande defesa do guarda-redes do Estoril, que no entanto deixou a bola à mercê de Jurásek, que transformou uma recarga fácil para golo num pontapé para fora do Estádio. 

A maioria dessas oportunidades foi sistematicamente desperdiçada pelo Tengstedt, sempre com um toque a mais, para acabar a rematar já de ângulo impossível. Invariavelmente para fora. Nesse que acabaria por ser o melhor período do Benfica, em boas condições para rematar de cabeça para a baliza, preferiu um passe para o Neres. Na altura ficara a ideia que não tinha tido possibilidade de rematar à baliza por ter sido carregado pelas costas. Que foi, e que em qualquer outro jogo de um dos rivais (tal qual como aquele corte com o braço de um defesa estorilista dentro da área), seria suficiente para assinalar penálti. Que foi. Percebeu-se, na repetição, que não foi pela carga, que existiu, que não rematou. Que foi mesmo opção de não rematar, e de assistir de cabeça o pequenino Neres no meio dos outros dois centrais adversários.

A dúvida ao intervalo era mesmo legítima. Se aquela primeira parte fosse a face boa da moeda, dificilmente o Benfica ganharia aquele jogo. Se fosse a má, com cinco oportunidades de golo criadas, na segunda criaria muitas mais e, por muito mal que ande a eficácia goleadora, o Benfica acabaria por resolver as coisas na segunda parte.

Como já deixei perceber aquela primeira parte era o melhor que o Benfica tinha para o jogo de hoje. A segunda foi bem pior, e chegou a ser assustadora. Guitane, o 10 do Estoril - na minha opinião o melhor em campo - foi um terror para o meio campo benfiquista, e as coisas só não tomaram outras proporções porque o poste esquerdo da baliza de Trubin evitou o golo da equipa da Linha, ainda os 10 minutos iniciais se não tinham esgotado.

À entrada do segundo quarto de hora o árbitro André Narciso assinalou penálti, que parecia indiscutível. Rui Costa, no VAR, não achou o mesmo. Teve razão, há uma imagem que mostra que o defesa do Estoril tocou na bola, e que foi o peito do pé do Chiquinho, no remate, a bater na sola do adversário. Noutros jogos, como se sabe, este tipo de imagens nunca aparecem.

O lance pareceu espevitar um bocadinho os jogadores do Benfica. Mas pouco. Era preciso pressionar, encostar o adversário lá atrás, e procurar o golo de toda a maneira e feitio. Mas não. Nada disso a equipa conseguia fazer. 

Faltavam 20 minutos para os 90 quando Roger Schemidt percebe finalmente o erro de casting de Tengstedt, e o troca por Musa. Em simultâneo com Florentino (pouco menos que desastrado no passe) por João Neves. Menos de 10 minutos depois trocou Jurásek, precisamente quando estava no seu melhor momento do jogo, por Bernat. Mas nada continuava a sair bem. E só já perto dos 90 minutos retirou João Mário, que nunca aparecera na segunda parte, para que entrasse Gonçalo Guedes. Que, se estava no banco, estaria evidentemente em condições de jogar.

Para trás ficava a única oportunidade de golo criada na segunda parte, desperdiçada por Musa. A segunda surgiria logo a seguir, com Otamendi a falhar o golo à frente da baliza.

No terceiro dos 8 minutos de compensação, depois de tantos cantos sempre marcados da mesma forma exasperante, Neres bateu finalmente a bola para a pequena área. Musa ganhou nas alturas e o António Silva mergulhou para o golo. Finalmente.

Faltavam ainda 5 minutos, que viriam a ser 6, pela compensação prevista por cada golo. E as últimas imagens - que são sempre as que ficam - não foram do mesmo tom dos anteriores cinco. Nessas, surge o Estoril à procura do golo, e o António a negá-lo no último lance. Surge o Estoril todo em cima da área do Benfica, e os jogadores a despacharem a bola para a frente, de toda a maneira e feitio. Submissos, quando tinham tudo para a aproveitar para sair a jogar. E para, com o meio campo do Estoril completamente deserto, voltarem a marcar.

Seria isso o que o Benfica do ano passado faria. Este está cada vez mais longe. Tanto que nos parangonas dos jornais surge Roger Schemidt a dizer que a época passada é irrepetível. 

Não era isso que seria suposto!

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