Apenas falta de vergonha...
Por Eduardo Louro
Interpelado no debate quinzenal pela deputada Catarina Martins nos seguintes termos:
"Quando o Estado tentou penhorar os bens de Dias Loureiro, ele não tinha nada em seu nome, tinha tudo em nome de familiares. Um homem que não tinha nada, mas veja lá que é tão metódico que até conseguiu, anos depois, comprar parte da editora que editou seu livro, em que aproveita para se queixar dos SMS de Paulo Portas e enxovalhar o CDS".
Passos Coelho respondeu nos termos seguintes:
"É verdade que me encontrei com o senhor doutor Dias Loureiro, e espero que ele não se sinta visado nem ultrapassado por eu ter suposto que - estou convencido que ele sabe - com o que viu no mundo e com a experiência que adquiriu, partindo de Aguiar da Beira, que não é por se viver no interior, que hoje não podemos, graças às muitas renovações tecnológicas, graças a muito trabalho de transformação da economia portuguesa, vencer na vida e ter negócios bem-sucedidos".
Não. Não é mais uma questão de cu e de calças, de bota e de perdigota, ou do que é que uma coisa tem a ver com a outra. Não é também só uma mera questão de lata. É mesmo de falta de vergonha!
A mesma velha falta de vergonha. Da Tecnoforma, dos rendimentos escondidos em despesas, da Segurança Social. Ou a da reserva da privacidade na doença, tão facilmente mandada às ortigas ao sabor do mais rafeiro eleitoralismo!