Balanço fechado. Ou por abrir?
Os Jogos Olímpicos só acabam amanhã, mas o balanço da participação portuguesa já ficou hoje fechado. E com chave de ouro!
Depois do bronze de Patrícia Sampaio, no judo, logo no início dos Jogos, da prata de Iuri Leitão (com lição de desportivismo) no ciclismo de pista (no Omnium), anteontem, e da prata de Pedro Pichardo, ontem, a 2 centímetros do ouro, hoje o hino nacional ouviu-se finalmente em Paris.
Esperava-se - com tudo o que de contingencial marca as competições olímpicas - que o ouro pudesse ter chegado ontem, com Pedro Pichardo a entrar na curtíssima lista dos atletas com duas medalhas de ouro em dois Jogos consecutivos. Ou hoje, com o super campeão Fernando Pimenta que, apesar de tudo ter feito para a conseguir, não conseguiu evitar um dia infeliz, e acabou em sexto.
Não se esperava - até porque se antes da quinta-feira passada ninguém sabia o que era o Omnium, e poucos saberiam quem era Iuri Leitão, hoje ninguém sabia o que é a Madison - que fossem Iuri Leitão e Rui Oliveira, e o ciclismo de pista, a conquistarem a primeira medalha de ouro para Portugal. Destes Jogos Olímpicos, mas também de uma modalidade que não o atletismo.
Com quatro medalhas Portugal igualou o melhor resultado da História, obtido nas últimas olimpíadas - Tóquio 2020 - disputadas em 2021 (Ouro para Pedro Pichardo, no triplo salto, como na prata de Patrícia Mamona, e bronze de Jorge Fonseca, no judo, e Fernando Pimenta, na canoagem. Melhorou-o ligeiramente, trocando bronze por prata. Mas continua muito longe do desempenho médio dos seus pares europeus, e na cauda da União Europeia.
Apenas o Luxemburgo, Chipre, Malta e os países bálticos não fazem melhor que Portugal. As culpas são múltiplas, e históricas. A mais fácil, e que não choca ninguém, é a do futebol. Este é um país que só liga ao futebol!
O balanço das medalhas está fechado. O desta realidade está por fechar. Ou até por abrir.