Benfica 1 - Santa Clara 1

No Benfica só as bancadas nunca falham. 60 mil, mais uma vez, na Luz. Não é por falta de apoio que a equipa não sai da cepa torta!
Para a recepção à equipa açoriana Bruno Lage manteve aquele que tem sido o onze mais utilizado. A excepção foi Tomás Araújo, no lado direito da defesa, em vez de Dedic, impedido pela expulsão em Alverca, mas também pela lesão contraída ao serviço da sua selecção.
E que falta fez!
É o único jogador capaz de criar desequilíbrios nos adversários. É o único que pega na bola e vai por ali fora, rompendo o bloco baixo do adversário, criando disrupções com a introdução de dificuldades não esperadas ... É o único capaz de romper com a paz podre que o futebol lento, previsível e sem profundidade do Benfica instala nos seus jogos. É a pedra que o Benfica tem para lançar ao charco que é o seu futebol!
Sem ele o Benfica é o que se viu em Alverca, depois da sua expulsão. E o que se viu esta noite na Luz. E o que se viu foi uma equipa sempre capaz do pior. Pensávamos que, pior que na Amadora, não era possível. Mas Alverca conseguiu ser pior, e hoje, ainda pior.
A equipa voltou a não entrar propriamente mal no jogo. Mas bastou o primeiro quarto de hora para se esgotar por completo, e entrar na pasmaceira daquele futebol para o lado e para trás, de 75% de posse de bola para nada. E para o adversário ganhar a consciência que, dali, não sai nada. Aquilo a que chamam confiança.
Ao intervalo, com 75% de posse de bola, a pasmaceira traduzia-se em três remates enquadrados, dois dos quais nos primeiros oito minutos. Mais nada. O Santa Clara teve dois, e 4 cantos. A mais clara oportunidade de golo pertenceu até aos açorianos, e quanto já estavam reduzidos a 10, pela expulsão do defesa direito a seis minutos do intervalo, por falta grosseira sobre o Tomás Araújo, que o VAR não deixou que João Pinheiro deixasse passar com o simples amarelo que exibira.
No recomeço Bruno Lage retirou o lateral direito da época passada para entrar Prestiani, passando a utilizar o lateral direito de há duas épocas - Aursenes. O primeiro quarto de hora voltou a ser mais espevitado, e acabou com o golo por que, equipa e adeptos, já desesperavam. De bola parada, coisa que na primeira parte nem existira. Numa recarga de Pavlidis.
Depois o jogo voltou à mesma pasmaceira. O tempo a correr e o Benfica sem fazer nada para acelerar o jogo, para sufocar o adversário, para não o deixar respirar. Nem para voltar a marcar, deve dizer-se. As substituições - Sudakov, em estreia absoluta, para a saída de Schjelderup, um dos menos maus; Henrique Araújo, para o lugar de Ivanovic, o cúmulo do desacerto; e Barreiro para o de Rios, quando o Enzo, com um amarelo por protestos, estava claramente na mira de João Pinheiro - não mudaram nada.
Continuava dono da bola. Mantinha os mesmos 75% de posse. Empatou até no número de cantos, 5 para cada lado. Mas permitiu 9 remates ao adversário. Cinco, apenas menos dois que os 7 de que dispôs, deles enquadrados. E deixava-se claramente a jeito de qualquer imponderável. Que surgiu, quase que inevitável, aos dois minutos dos quatro do tempo extra concedido por João Pinheiro, numa tentativa falhada de Otamendi atrasar, de cabeça, a bola para Trubin.
E nem se pode dizer que não tenha sido um castigo merecido!