Brasil 2014 IX
Por Eduardo Louro
Se na véspera o grupo B tinha ficado arrumado, no que a apuramento para os oitavos respeita, com a Holanda e o Chile a serem as primeira selecções a atingir o ambicionado desiderato, ontem pouco ficou decidido.
Quando, como sucedera no grupo A, do Brasil, se encontram os vitoriosos da primeira jornada, o nível de decisão é mais baixo. Assim aconteceu no grupo C, com a Colômbia, ganhadora da Grécia, a jogar com a Costa do Marfim, vitoriosa sobre o Japão.
Ganhou a Colômbia, tornando-se na terceira selecção apurada e confirmando o favoritismo que lhe era apontado, como selecção recheada de bons valores que é. Como também o é o seu adversário que, no entanto, mesmo cheia de jogadores de nível mundial – Ya Ya Touré, Drogba, Kolo Touré, Salomon Kalou, Gervinho … – tem grande dificuldade em ultrapassar o síndrome africano, traduzido na irreprimível tentação para o disparate. Fez, através de uma jogada individual Gervinho, um dos golos mais espectaculares deste mundial. De nada lhe valeu, porque dois erros primários no espaço de cinco minutos, daqueles a que as selecções africanas nunca conseguem fugir, deram em golos colombianos. De James Rodriguez, que há um ano, com João Moutinho, trocou o Porto pelo Mónaco e Quintero, que na mesma altura chegava ao Porto para passar o ano na equipa B.
Japão e Grécia tentaram discutir entre si a melhor posição para aproveitar precisamente o tal síndrome africano da Costa do Marfim, incomparavelmente melhor. Chegaram ao fim com o resultado com que iniciaram. Porque mais não podem!
O Japão joga pouco, não tanto pelos jogadores que tem mas pelo o treinador que tem: Zacheroni, mais um treinador italiano que deve estar muito bem agenciado. A Grécia – já se sabe… já tudo foi aqui dito… – defende. E pronto! Poderia até queixar-se da expulsão de Katsouranis, normal na sua forma de jogar, ainda na primeira parte. Mas nem sequer pode, porque até foi melhor com 10 que com 11. E tem sempre a desculpa – falsa – de que teve de defender porque só jogava com um a menos…
Especialista em milagres, a Grécia de Fernando Santos que nem um golo ainda marcou, é mesmo assim bem capaz de garantir ainda o apuramento. Jogando sempre e só no erro do adversário, não podia encontrar melhor que a Costa do Marfim para atacar o apuramento. Vai bastar-lhe aproveitar os erros do adversário para ganhar com dois golos de vantagem, porque ninguém está a ver o Japão ganhar à Colômbia.
Em idênticas condições está a excitante Inglaterra, que voltou a perder (1-2), agora com o Uruguai, por obra e graça do regressado Suarez (fez os dois golos), em mais um excelente jogo de futebol. Também um evidente caso de um treinador sem ambição. Nem condições para estabelecer um plano de voo a jogadores com tantas asas!
Com a provável vitória, e consequente apuramento imediato, da Itália no jogo de hoje com a surpreendente Costa Rica, à Inglaterra pode bastar a vitória no último jogo… desde que, então, como é o mais provável, a Itália ganhe ao Uruguai.
Aqueles rapazes ingleses não mereciam ir já para casa… Mas o Luiz Suarez também não!