Brasil 2014 VI
Por Eduardo Louro
O jogo do descalabro da selecção portuguesa – ou da súbita queda na real? – apenas abriu o dia de ontem, que teve o jogo de encerramento da primeira jornada do grupo F - entre o Irão, de Carlos Queiroz, e a Nigéria – e o segundo jogo do nosso grupo, com maiores expectativas. Pela qualidade dos intervenientes, mas também pelo que nele se projectava do desaire da selecção nacional.
O primeiro revelou duas equipas muito fracas, com a Nigéria a defraudar as expectativas e o Irão a dar o que pode, que é muito pouco. Tão pouco que foi fortemente assobiado, o que permitiu, a quem já se tinha esquecido, recordar o mau feitio de Queiroz… Não serviu para muito mais que perceber que a Argentina e a Bósnia têm o apuramento decidido, como já se sabia.
Do outro jogo do nosso grupo não vieram boas notícias. Desde logo pelo resultado, que não foi o empate… Mas isso nem terá sido o pior, porque a haver um vencedor, pelo que se viu e em teoria, o melhor mesmo foi que ganhasse a selecção americana.
Más notícias mesmo são a intensidade de jogo que ambas as equipas revelaram, e em especial a africana. Se a grande dificuldade das selecções africanas é mesmo a de conseguirem tornar-se numa equipa, esta selecção do Gana não ultrapassa só essa dificuldade. Mais que uma equipa, é mesmo uma grande equipa… Como já se sabia dos dois últimos mundiais, sempre em crescendo: oitavos de final na Alemanha e quartos na Africa do Sul!
Os Estados Unidos entraram a ganhar, com um golo aos 30 segundos, num dos momentos – que também os tem – em que o Gana sofreu da ingenuidade africana. E a partir daí mostraram que sabiam defender… Defenderam, sempre bem e nem sempre apenas lá atrás. Se bem que muitas vezes lá atrás. Até que, já bem dentro dos últimos dez minutos, através de uma jogada fantástica, do melhor que até agora se viu na competição, os africanos conseguiram finalmente vencer aquela defesa.
Chegado ao empate, com uma perspectiva de pelo menos 10 minutos ainda para jogar, o mais provável era que o Gana embalasse para a vitória. Mas, 4 minutos depois, na sequência de um canto consentidíssimo – o defesa calculou mal, deixando sair uma bola que julgava pertencer-lhe –, os americanos fizeram o golo e arrecadaram os três pontos, ganhando desta vez ao adversário que os afastara nos dois últimos Mundiais.
Por que é que não foram boas as notícias deste jogo?
Porque mostrou dois adversários muito fortes para aquilo que parece poder a selecção nacional nesta altura. Porque no próximo jogo, no domingo, o empate garante praticamente o apuramento aos americanos. E defender é coisa que mostraram saber fazer. E bem!
Por que é, a haver um vencedor, o melhor seria que fosse os Estados Unidos?
Porque é o próximo adversário da selecção nacional, deixando desde logo claro que só a vitória nos serve. Não há qualquer dúvida, é ganhar ou … ganhar. E ganhando, como é provável que a Alemanha ganhe todos os seus jogos, chega ao último jogo com os africanos já afastados e com os níveis de motivação em baixo…
Tudo seria diferente se o Gana tivesse ganho o jogo, como amplamente fez por merecer!