Brasil 2014 XV
Por Eduardo Louro
A Itália precisava de empatar com o Uruguai para, no tal grupo da morte, fechar o apuramento. Estavam ambos empatados, apenas com a vitória contra a Inglaterra pelos mesmos números (2-1). Ambos tinham perdido com a Costa Rica, e era daí que vinha a diferença que favorecia a Itália. Perdera por 0-1 e o Uruguai por 1-3!
Numa partida muito disputada e pouco bem jogada, com algum jogo baixo pelo meio – só houve uma expulsão (Marchisio) mas podia e devia ter havido mais (Luiz Suarez não consegue esconder o Pepe que tem dentro de si) – os uruguaios ganharam com um golo, de costas, do central Godin, mais uma vez a decidir um resultado fundamental. É certamente o jogador mais decisivo desta época!
As selecções americanas voltaram a levar a melhor. A Itália juntou-se à Inglaterra, fazendo o pleno europeu do insucesso no grupo, com o seleccionador Cesare Prandelli a assumir as suas responsabilidades, demitindo-se. E com jogadores como Pirlo, Buffon ou Gerrard, pela porta errada, a dizerem adeus ao mundial!
E lembrarmo-nos nós do entusiasmo que geraram no primeiro jogo do grupo, com a Inglaterra a encantar e a Itália a dar lições de organização…
No outro grupo, dominado com grande exuberância pela Colômbia, que ganhou claramente todos os jogos, Fernando Santos repetiu o milagre grego do último europeu. A Grécia não tem jogadores nem futebol para estas andanças, mas tem uma crença que nunca mais acaba. Os jogadores acreditam sempre, e por isso correm, e dão sempre tudo o que têm para dar.
A Costa do Marfim tinha o apuramento à mão: bastava-lhe o empate ... e tem melhores jogadores. Mas não foi melhor, e os gregos não se limitaram a ganhar-lhe. Venceram o jogo (2-1), e venceram um sem fim de adversidades durante o jogo. Porque aquela alma dá para isso e muito mais. Se calhar até para emprestar um bocadinho aos portugueses!
A Colômbia, que já tinha garantido o apuramento, não quis deixar passar a oportunidade para fazer mais uma demonstração de poderio. Mudou sete jogadores e a coisa - arbitrada pelo Pedro Proença - ainda saiu melhor: goleada ao Japão, com James – já uma das figuras deste mundial – e Jackson a brilharem. E deu ainda para o guarda-redes Mondragon, num momento carregado de emoção, aos 43 anos, se transformar no jogador mais velho a participar num campeonato do Mundo, superando os 42 anos do camaronês Roger Milla em 94, nos Estados Unidos.
E enquanto esta gente se vai apurando, lá por Campinas outra gente continua a dar tiros nos pés!