Campo esticado e jogão de Diogo J
Num jogo - de novo em Alvalade e com público (5 mil espectadores pouco participativos) - em que fez coisas muito boas, mas que raramente conseguiu controlar, a selecção nacional cumpriu a sua obrigação de ganhar à Suécia. Como a França também ganhou (2-1), na Croácia, ambas continuam a par no topo da classificação do grupo, mesmo que a selecção nacional continue na liderança, por ter marcado mais golos marcados (9 contra 7 dos franceses) e menos sofridos (apenas 1, contra 3 dos gauleses), coisa que poderá não valer de nada, já que é apenas o último dos factores de desempate.
É frequente que as equipas menos dotadas, como é claramente o caso da actual selecção sueca em relação à portuguesa, encolham o campo para, com ele mais pequeno, mimetizarem as suas fraquezas. Recolhem-se lá atrás, e o jogo decorre em apenas 40 ou 50 metros, com muito menos espaço para o adversário exibir os seus talentos. No jogo de hoje a Suécia fez precisamente o contrário - esticou o campo.
A equipa nacional nunca se entendeu com isso. Esse posicionamento adiantado dos jogadores suecos resultou, como não poderia deixar de ser, mais espaço para jogar. Só que para o ocupar a equipa sueca apostou em partir o jogo, e criou problemas inesperados aos jogadores portugueses. Um jogo partido é sempre difícil de controlar. Foi o que aconteceu.
Se as coisas correm mal, é o diabo. Valeu que não correram mal. Valeu que a equipa sueca não foi nem feliz nem eficaz, e a melhor qualidade dos jogadores portugueses acabou por resolver o jogo. Mas nem sempre assim sucede.
A selecção nacional chegou ao primeiro golo na sua melhor fase do jogo, por volta dos 20 minutos, quando já emergia a exibição de Diogo J, que assistiu primorosamente Bernardo Silva para um belíssimo golo. O segundo, e primeiro de Diogo J a passe (soberbo) de Cancelo, chegaria mesmo em cima do intervalo, mas já quando a equipa não tinha o jogo controlado.
Como continuou a não ter na segunda parte. Até chegar ao terceiro golo, de novo do novo jogador do Liverpool, numa espectacular jogada individual depois de um passe científico de Wlliam Carvalho. Faltavam 20 minutos para o fim, e aí sim. A selecção sueca caiu, e a portuguesa pôde finalmente mandar no jogo. E selar com mérito esta importante vitória.
E daqui por um mês tudo se resolverá, quando recebermos a França na Luz. Ou talvez não, se o resultado do passado domingo em Paris se repetir. Mas só nesse caso!