Carimbos para o Jamor
Um Benfica muito na linha do que vem sendo nos últimos jogos, perdulário na finalização, menos incisivo na pressão, e menos eficaz no passe, entregou a final da Taça ao Sporting.
Não creio que se possa dizer que o Benfica tenha jogado para o 0-0, mesmo que a certa altura tenha parecido que sim. Aconteceu apenas que o Benfica já não está no nível de forma, frescura e confiança que alardeou nos dois primeiros meses do ano ... e de Bruno Lage. E que, portanto, as coisas não saem da mesma maneira.
A entrada no jogo foi francamente má. Aqueles cinco minutos inicais foram preocupantes mas, depois, o Benfica passou a mandar no jogo, e foi sempre melhor em toda a primeira parte. Mesmo que sempre longe daquele padrão de qualidade a que, pelos vistos, vamos ter que nos desabituar, o que a primeira parte teve de pior foi, para além daqueles cinco minutos de entrada, a lesão (que parece grave) de Gabriel. Que, para além da falta que irá fazer nos próximos jogos, fez muita falta neste. O meio campo do Benfica ressentiu-se muito da sua ausência, mesmo que o Gedson, que o substituiu, até não tenha jogado mal. Só que as dinâmicas são outras, e Gedson, mesmo sem jogar mal, não entra nelas.
Na segunda parte, à medida que o tempo ia correndo, percebeu-se que, tendo chegado ali vivo, o Sporting acreditou que, mesmo não sendo melhor, podia chegar ao golo que valesse o Jamor. E acabou por chegar, num bom golo de Bruno Fernandes (quem mais?) mas todo ele cheio de ofertas dos jogadores do Benfica. E tantas foram. E tantos foram!
Já ninguém se lembra do jogo da primeira mão, o que não admira. Já lá vão dois meses. Mas acabou por ser o resultado mentiroso desse jogo, nos bons velhos tempos, com aquele golo no livre do Bruno Fernandes no fim, a ditar o apuramento do Sporting.
Valha que este carimbo para o Jamor vai limpo. Não é como o do outro finalista, no auge da pouca vergonha em se tornou o futebol em Portugal. Seja em que competição for, com que árbitro for, e quem quer que esteja no VAR, a cada jogo os escândalos crescem em progressão geométrica. Ontem, quando o Paulinho fez o golo do Braga, aos 41 minutos, já o árbitro e o VAR tinham tinham impedido os bracarenses de virar a eliminatória, deixando por assinalar dois penaltis contra o Porto, aos 10 minutos (Militão) e aos 38 (Manafá), e anulando (o VAR) um golo limpo do Braga aos 14 minutos.