Censura, confiança e responsabilidade
Sem surpresa, como aqui havia sido previsto, da guerra das tácticas saiu uma moção de confiança.
Como era fácil de prever, perante o cenário da Comissão de Inquérito, Luís Montenegro preferiu arriscar na moção de confiança, que mais não é que o "all in" em eleições antecipadas. Porque Marcelo não tem como fugir da dissolução do Parlamento.
E assim chegou ao fim a segunda moção de censura ao governo, em duas semanas. Num debate em que toda a oposição, da direita à esquerda, foi impiedosa para Luís Montenegro. Que, não o conseguiu disfarçar, sofreu a bom sofrer!
O país não precisava nada de voltar a eleições tão depressa. Parece óbvio que não as quer, e que irá penalizar quem entenda ser os responsáveis por este extemporâneo regresso às urnas. O que está longe de ser óbvio é quem vai responsabilizar. Luís Montenegro sai como o único responsável objectivo, mas isso de forma alguma significa que venha a ser essa a percepção que vingue!