Certamente por acaso
Os debates lá vão seguindo, e deixando indicações. E não, não me estou a referir às "tareias" que o André Ventura vai somando - o homem já está grogue, perdido, de cabeça às voltas, ansiando que isto acabe, e que chegue depressa o dia 10, para depois dizer que as mesas de voto estavam cheias de comunistas e socialistas a pôr cruzes nos votos em branco, e rabiscos nos do seu partido, para contarem por nulos.
Estou a referir-me à discrepância de tempos entre uns debates e outros. Aos vinte e poucos minutos de uns - por acaso, certamente que por mero acaso, entre os candidatos da esquerda - e os quarenta de outros. Evidentemente que também por mero acaso, como aconteceu naquele entre Montenegro e Ventura. E à moderação dos moderadores, como João Adelino Faria, da estação pública. Que acha que tem mais a dizer que os debatentes, e que se acha dono da importância do que há a debater.
Que acha - e nisso não é infelizmente o único - que os temas importantes se esgotam na imigração, na segurança, e na corrupção. Por acaso, certamente que por mero acaso, são os únicos que interessam a um certo protagonista. Quando por acaso, certamente que por mero acaso, os imigrantes são hoje decisivos na contribuição para a Segurança Social, o país está entre os mais seguros do mundo e é, também por isso, cada vez mais procurado por reformados provenientes dos mais ricos e desenvolvidos países do planeta. E está até abaixo da média europeia no Índice de Percepção da Corrupção.
Também será certamente por mero acaso que não encontram importância alguma no escrutínio das actividades, seja como forma de vida, seja como acção política, dos candidatos do partido do mesmo certo protagonista. Nós lá vamos sabendo de algumas, mas tem de ser por outras vias. Pelas televisões é que não!