Coerência
Há apenas uma semana, no pico dos casos e casinhos, e no meio das maiores trapalhadas deste governo, Luís Montenegro secundava o Presidente Marcelo, e nem queria ouvir falar de dissolução do Parlamento. Era claro nessa posição, tão claro que nem sequer em votaria a favor da moção de censura apresentada pelos liberais, mesmo sabendo que dele nada resultava. Que não teria qualquer consequência prática, e que, a troco de nada, estava a correr riscos futuros. Que, num futuro mais ou menos próximo, seria sempre acusado de, na realidade, se ter posto ao lado do governo. Ou até de cumplicidade.
Entretanto surge a primeira sondagem depois desse pico, que inevitavelmente penalizam o partido do governo e, pela primeira vez em largos anos, apontam o PSD como partido com mais intenções de voto, mesmo que sem condições para formar governo. Nem mesmo com o Chega, dado que a IL, com nova liderança ainda fresquinha, não faz como o PSD, e diz claramente que, ao Chega, não se chega.
Mas logo, poucas horas depois, já Montenegro afirmava que “está preparado para ser primeiro-ministro” e que caso António Costa não esteja à altura do momento não hesitará em ir ao Palácio de Belém pedir eleições antecipadas.
Para quem ainda no dia anterior não queria ouvir falar de eleições antecipadas, não está nada mal... Para quem as sondagens não queriam dizer nada, também não!