Coisas de hoje
Há duas semanas ficamos a conhecer o Relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à Caixa Geral de Depósitos, um Relatório redondo e risível. Era preliminar, um draft, para ver no que dava. O relatório final é hoje aprovado.
Pelo que já se conhece, o relator, o socialista Carlos Pereira, pensou melhor, teve conhecimento das suspeitas do Ministério Público, e lá concluiu que, afinal, as coisas não eram bem como preliminarmente tinha concluído.
Nem sempre os preliminares correm bem, como se sabe de outras estórias. Não chega, nem de longe, às suspeitas de crimes graves que esperamos estejam a ser investigadas, mas já admite nomeações partidárias, utilização para fins de política orçamental e até alguma "sensibilização" para determinados projectos.
Mas nada que sirva de salvação a estes Relatórios Parlamentares, preliminares ou finais. Nada que os credibilize, nada que os liberte dos despudores de cada maioria circunstancial.
Entretanto o país continua a arder, parece que já não há por cá quem saiba apagar fogos. E as comunicações continuam a falhar porque, descobriu agora o primeiro-ministro, são utilizados cabos aéreos, por cima da floresta densa, onde circulam em paralelo informação urgente e informação corrente, ou comum. Coisa que, evidentemente, desconhecia quando há uma dúzia de anos assinou o contrato. Está mesmo a pedir mais uma CPI ...