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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Coisas do diabo

Hoje em Vizela o Benfica matou o fantasma. Não conseguiu foi matar o diabo. Um fantasma, mata-se. O diabo é que não!

O fantasma das paragens para as selecções morreu em Vizela, esta noite. E bem morto. Com uma exibição de luxo, exuberante mesmo na primeira hora de jogo, o Benfica demonstrou que as interrupções do campeonato não quebram a dinâmica da equipa, não afectam o ritmo exibicional, nem interrompem o estado da forma individual dos jogadores. É certo que dois deles - João Mário e Rafa - já não vão à selecção portuguesa, e só ganham com isso. Poupam-se pelo menos ao enxovalho, e isso já não é pouco. 

Desta vez o Benfica nem sequer permitiu aquela coisa do primeiro milho, já quase crónica. Nos jogos anteriores tinha-se sempre visto que os adversários entravam de peito feito, a pressionar e a ter bola. Não era por muito tempo, às vezes nem mais de 3 minutos, mas todos tinham começado assim. Hoje, nem isso. Foi desde o apito inicial a carregar sobre o adversário, torrentes contínuas de futebol atacante, bonito, vistoso e entusiasmante.

Os jogadores do Vizela não conseguiam sair da sua grande área. Só tocavam na bola para para interceptar uma ou outra tabela, um ou outro drible. O resto era correr atrás dela, e vê-la passar. Não sei como é a que Sport TV faz as estatísticas mas, se forem bem feitas, os 29% de posse de bola que atribuíram ao Vizela só podem corresponder ao somatório das fracções de micro-segundos que dura cada toque na bola para a interceptar. Mas como essas mesmas estatísticas davam apenas 4 oportunidades de golo atribuídas ao Benfica, coisa bem mais fácil de apurar, o mais provável é que não estejam bem feitas... Já para o Vizela, que fez o primeiro remate para a primeira - e creio até que única - defesa de Turbin, hoje estreado na baliza do Benfica, aos 65 minutos, contavam uma.

É que, só os dois golos, uma bola no poste e outra na trave, já somam quatro. Mas pronto, essa é uma história já velha.

O Benfica podia ter chegado ao intervalo com a história do resultado, e do jogo, resolvida. Mas não aconteceu assim. E na história ficam apenas dois golos. O primeiro bem cedo, aos 9 minutos, já para aí à sétima ou oitava jogada de puro regalo para a vista, concluída por Musa, de regresso á titularidade. E o segundo meia hora depois, num livre espectacularmente cobrado por Di Maria. Pela execução do génio argentino, e pela estratégia de ocupação da barreira, a impedir o guarda-redes de ver a bola partir. Nem se mexeu!

A morte do fantasma é pois uma boa notícia. Mas ... lá está. O diabo não morre. E chegou para acabar com um jogo tranquilo, controlado, dominado e cheio de espectáculo e transformá-lo numa coisa do ... diabo. Entrou pela cabeça do Aursenes, já por volta do minuto 70. Só mesmo o diabo podia puxar aquela mão para as costas do jogador do Vizela, dentro da área.

O diabo também tem coisas. E do céu, sem mais nem menos, caiu um penálti. Que Turbin o defendesse logo na estreia, era coisa de Deus. Não do diabo. E de repente, escapado de uma goleada, o Vizela passava a perder por 2-1. Que é sempre aquele resultado capaz de fazer levantar quem está de rastos. E os jogadores do Vizela passaram a parecer que tinham o diabo no corpo. Mas não. Foi sol de pouca dura.

O Benfica não voltou a ter controlo do jogo que sempre tinha tido. Mais por medo do diabo que do adversário. Ainda assim voltou a criar mais duas ou três oportunidades para restabelecer a tranquilidade no resultado. Mas lá voltou o diabo, agora na pele de Buntic, o guarda-redes do Vizela.

Nunca mais de lá saiu. E quando se viu em risco de sair, foi dar uma volta à Cidade do Futebol. Buntic defendia tudo - o diabo também faz milagres. E defendeu até, com a mão, fora da área, uma bola que Rafa lhe passava por cima para ficar com a baliza à espera do golo.

O árbitro não viu. O assistente, também não. O VAR viu, e chamou Luís Godinho para ver as imagens e expulsar o guarda-redes do Vizela. Só que enquanto o árbitro atravessou o campo para chegar ao monitor, o diabo fez a viagem do Minho a Oeiras. É isso, o diabo corre mais que o João Neves. Quando chegou às imagens já o diabo estava na Cidade do Futebol, a descobrir um fora de jogo de Rafa no momento do passe de Otamendi para ... Neres. Que tinha substituído Di Maria. Ou talvez para Cabral, que já substituíra Musa. Rafa já estava em jogo quando recebeu a bola de um deles, confesso que não sei exactamente qual.

As coisas do diabo são como o futebol - "são isto mesmo"! E lá arranjaram umas linhas com Rafa em fora de jogo por 22 centímetros no momento do passe de Otamendi. Que o passe para ele não tivesse sido aquele, para o diabo não interessa nada. E lá continuou o Vizela com 11 jogadores, e com o Buntic, a valer por seis ou sete. E a fazer que assustava.

Não assustava, mas nós chegamos a assustar-nos. Coisas do diabo. Ele anda por aí!

 

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