Comissão Parlamentar de Inquérito ao Banif (1)
As declarações prestadas ontem por Jorge Tomé - repito o que aqui já afirmei: um homem profundamente sério e um profissional altamente competente - na Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o Banif não podem cair em saco roto. Têm que ter consequências. Não sei quais, mas sei que não são simples declarações de oportunidade numa entrevista qualquer: são declarações numa Comissão Parlamentar de Inquérito, que tem de servir para muito mais que aquilo que outras têm servido: responsabilizar, desresponsabilizando.
A notícia da TVI, que deu a machadada final na liquidez do banco, (in)directamente ligada ao Santander, accionistas da também espanhola Prisa, dona da Media Capital, não pode ser deixada em paz. A alegada campanha do Santander na ilhas para que desviar depósitos do Banif, alegando o encerramento do banco, associada às conhecidas imposições da UE, serve para confirmar que, no Banif, há Santander a mais. Como, e ao contrário do que se quer fazer crer, há também governo (de Passos) a mais. Há governo a mais quando Jorge Tomé afirma que o Banco de Portugal tirou o tapete ao Banif logo a seguir às eleições de 4 de Outubro. Mas há muito governo a mais em tudo o que quis que parecesse governo a menos...