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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Como é bonito quando tudo corre bem

O Darwin não é egoísta, tenho de lhe retribuir as assistências» |  MAISFUTEBOL

O Benfica saiu de Paços de Ferreira, uma deslocação de acentuado grau de dificuldade - ´sempre difícil jogar lá, e esta época mais ainda dado o excelente futebol da equipa treinada por Pepa, e extraordinária carreira que está a fazer nesta Liga, com o quinto lugar, e o acesso à Liga Europa praticamente garantido - com uma belíssima exibição. e com o mais expressivo resultado da época.

As esperadas dificuldades começaram a sentir-se logo com o arranque do jogo. Por um lado porque o Paços entrou bem, a pressionar alto e, por outro, porque logo se percebeu que o árbitro Hugo Miguel - pois claro - estava ali para dar continuidade à aplicação da lei máxima deste campeonato, contrariada apenas no último jogo, com o Marítimo. Logo aos três minutos, na mesma jogada, e depois da primeira arrancada de Seferovic, não há um penalti a favor do Benfica. Há dois. Primeiro, carga do defesa pacense nas costas de Waldschemidt que, imediatamente depois, voltou a ser carregado pelo guarda-redes, que saiu lesionado do lance, e levou à primeira grande interrupção no jogo.

Curiosamente a história repetir-se-ia à entrada do último quarto de hora da partida, então com o defesa e capitão, Marcelo, sobre Everton, que entrara pouco antes. Primeiro desviou a bola com a mão e. logo a seguir, derrubou o avançado do Benfica.

Logo depois de retomado o jogo, o restabelecido guarda-redes Jordi abalroou Seferovic, isolado à entrada da área, mas foi assinalado fora de jogo. O primeiro de quatro seguidos, um dos quais acabaria em golo. Intervenção do VAR, e nova paragem prolongada.

Aos 22 minutos do relógio, mas para aí aos 10 de jogo, surgiu o momento que marcaria o jogo. Eustáquio, depois de perder uma bola, entrou de pitons sobre a perna de apoio de Weigl, só não lha partindo porque não calhou. Lance indiscutível para vermelho. O árbitro Hugo ficou-se pelo amarelo, e o VAR teve de voltar a intervir, chamando-o a visionar as imagens. Então sim, o árbitro não teve alternativa, mostrou-lhe o vermelho, e o Paços ficou reduzido a dez jogadores, circunstância de que havia escapado pelo tal fora de jogo assinalado a Seferovic.

Na maior parte dos jogos em que as equipas grandes defrontam as pequenas, jogar contra dez não faz grande diferença de jogar contra onze. Como só defendem, defender com 10 ou com 9 não é muito diferente. Não foi a circunstância deste jogo. Desde logo porque o jogador nazareno é um dos bons jogadores deste campeonato - diz-se que o Porto já o terá apalavrado - e o mais influente desta equipa de Pepa. E depois porque o Paços não faz parte dessas equipas que só defendem, mas das poucas que disputam o jogo no campo todo.

Nunca se poderá saber se, sem essa expulsão, a exibição do Benfica e o resultado seriam os mesmos. O contra factual não é passível de prova. E o que estava para trás no jogo, tantas e tão prolongadas tinham sido as interrupções, não permite formular quaisquer hipótese. Há apenas um dado: é que o Paços não tinha feito qualquer remate, e contava então com apenas um ataque, no primeiro minuto. 

Não vale portanto a pena especular, e o que fica para contar é o que aconteceu, o que foi o jogo. É aí que entra a boa exibição do Benfica, os cinco golos marcados, e o sétimo jogo consecutivo a ganhar. E sem sofrer golos, naquele que é o novo recorde na Europa, batido o anterior, que pertencia ao Manchester City, ao minuto 14.

Jorge Jesus voltou aos três centrais, voltando a incluir Vertonghen. Não se sabe por entender que o Paços impunha respeito para tanto, se apenas por ser a forma mais limpa de nos livrar do Everton Cebolinha. Tenha sido pelo que for, resultou bem. E nem contra dez, e com o Paços inofensivo - fez apenas um remate, e fraquinho, à figura de Helton Leite, e ao minuto 85 - desfez o trio.

Correu bem porque tudo correu bem, mas também correu bem porque qualquer dos três centrais participou bem no início da construção do jogo da equipa. Começou sempre aí o futebol ofensivo e vistoso do Benfica, se bem que sempre marcado pelos seus dois grandes pecados capitais - a linha de fundo e os remates de meia distância. Mas como tudo correu bem nem se deu por eles.

O primeiro golo só surgiria aos 37 minutos, por Digo Gonçalves, resultado directo da forte pressão alta da equipa. Mas antes já Jordi negara dois golos certos a Waldschemidt e a Rafa. Que pouco depois marcaria o segundo, num contra-ataque em que Seferovic - grande exibição, o melhor em campo -, ainda no meio campo defensivo faz um passe sensacional para Rafa se desmarcar também, e ainda, antes da linha de meio campo. Nos 9 minutos de compensação Seferovic fez dois golos, mas só um contou. Em mais uma belíssima jogada de futebol, concluída com um grande passe de Taarabt, e uma grande desmarcação e uma finalização com classe do internacional suiço.

Com 3-0 ao intervalo, a equipa não abrandou, e só uma grande exibição do guarda-redes Jordi evitou que o marcador fosse evoluindo para números que já não se usam. As substituições começaram cedo, e desta vez todas a preceito. Logo ao intervalo entrou Gilberto para a saída de Diogo Gonçalves, amarelado e com um árbitro de mão leve para cartão amarelo (cinco, a jogadores do Benfica). Depois, ainda antes da hora de jogo, entraram Pizzi e Everton e, já nos 10 minutos finais, Darwin e Cervi.

E o melhor que se pode dizer é que todos, até Everton, estiveram a bom nível. A boa exibição colectiva decorreu naturalmente das boas exibições individuais, com destaque claro para Seferovic. Marcou dois golos e assistiu para outros dois, os de Rafa e de Darwin, festejado com lágrimas pelo jovem uruguaio. Mas Seferovic não fez apenas isso. Ao contrário do que fizera no último jogo, em que por egoísmo e individualismo penalizou a equipa no escasso 1-0, foi sempre um jogador do colectivo, sem se mostrar preocupado com essas coisas dos melhores marcadores, que agora já é.

E aquela forma como festejou o golo com Darwin foi do mais bonito que tenho visto. E como é bonito quando tudo corre bem!

 

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