Confinar, ou não confinar, já não é a questão
A Europa é neste momento a área mais afectada do mundo pela pandemia, com mais de 15 milhões de infectados, bem acima da América Latina e Caribe (12,1 milhões de casos) e da Ásia (11,5 milhões de casos).
Portugal ainda não entra nesta lista dos dez primeiros, mas é já o décimo país da Europa com mais novos casos. Relativamente, bem entendido. E no caso por 100 mil habitantes.
Dos dez primeiros, oito já estão em confinamento, total ou parcial. Escapam Croácia e Polónia.
Quando a fadiga e o desgaste tornam as medidas de confinamento cada vez mais difíceis de aceitar e cumprir, a ponto de questionar o seu efeito, olhamos para os números dos países que nesta segunda vaga mais rapidamente decidiram confinar, mesmo que parcialmente, e percebemos que, neste momento, para controlar os danos não há alternativa.
Procurem-se todos os equilíbrios, tente-se por todos os meios minimizar os seus efeitos na economia. Mas para controlar a galopante transmissão do vírus em Portugal, e minimamente permitir respostas de um sistema de Saúde já feito em cacos, não é possível evitar o confinamento.
Até porque as vacinas estão aí. Cada vez mais vacinas testadas. E cada vez mais prontas para chegar ao mercado. Mas nem assim chegarão à grande maioria da população, à percentagem de cobertura que assegura a imunidade, antes de 2022.
Confinar, ou não confinar, já nem é uma questão shakespeariana.