CPLP: Consórcio do Petróleo e de Líderes Podres
Por Eduardo Louro
Não é só pelo choque de ver Xanana Gusmão entrar de mãos dadas com Obiang. Nem só por ter sido dada posse antes da adesão ter sido ter sido votada. Não é por Cavaco Silva ter recusado aplaudir essa adesão, e ter reservado os aplausos para o regresso da Guiné-Bissau, com toda a carga de cinismo que isso até possa ter. Nem é pelo mesmo Cavaco, como de resto outras cabeças pensantes que provavelmente existem para lhe dar cobertura, achar que as ditaduras não devem ser isoladas. Que essa é a forma de as perpetuar, e integrá-las na comunidade internacional, de pleno direito mesmo que continuem a negar o direito, a melhor forma de as combater. Nem sequer pela ausência – não sei se hipócrita se estratégica – de Dilma Roussef e José Eduardo dos Santos. Nem por outras tantas razões que já aqui tinham sido adiantadas…
A adesão da Guiné Equatorial à CPLP, hoje formalizada na cimeira de Dili, é acima de tudo chocante por, logo ali, sem Dilma Roussef e José Eduardo dos Santos mas também sem meias tintas, terem avançado para a constituição de um consórcio do petróleo.
Portugal não tem petróleo, mas tem líderes...