Dama de lata?
As coisas não correram bem a Theresa May. Tendo herdado o poder há um ano, já por também não terem corrido bem as coisas a Cameron - que, por querer "sol na eira e chuva no nabal", quis brincar aos referendos e saiu-lhe a fava do brexit - quis aproveitar os ventos de feição (as sondagens davam-lhe então vinte pontos de avanço sobre os trabalhistas) não só para se legitimar, como para se reforçar no poder.
Saiu-lhe o tiro pela culatra. Saiu-lhe tudo ao contrário, e nem se pode dizer que tenha sido um azar dos diabos, com aqueles atentados terroristas praticamente sucessivos. É certo que lhe foram assacadas responsabilidades pelo desinvestimento na segurança interna, responsável que foi, na qualidade de ministra do interior, pela significativa quebra no efectivo policial. Foi mesmo apontada a dedo pelo "mayor" de Londres, clara e frontalmente. Mas isso foi só uma parte do seu percurso ziguezagueante, onde disse tudo e o seu contrário. Sendo que tudo era sempre mau de mais, sem que o seu contrário conseguisse ser diferente.
Chegou até - imagine-se - a avançar com a ideia de pôr os mortos a pagar os custos da sua assistência social ... Não era fácil fazer pior. Nem ser pior!
No meio disto tudo, mesmo assim, o melhor que lhe aconteceu foi mesmo o resultado eleitoral. Que, sendo mau - os resultados, a esta hora, não estão fechados mas não há dúvidas que o Partido Conservador foi o mais votado - foi bem melhor do que o que merecia.
Parece que a dama de ferro é, afinal, de lata. Dêm os resultados as voltas que (ainda) derem!