De gala
No regresso à Luz, depois da noite de gala de Turim, o Benfica prosseguiu a sua caminhada totalmente vitoriosa, e a rota das grandes exibições, com um futebol de alto quilate, assombroso e de grande espectáculo.
Neste final de tarde de fim de Verão assistiu-se, na Luz, a mais uma exibição de gala do Benfica. Hoje sim, contra um adversário fraco. O Marítimo tem sido nestas primeiras sete jornadas a equipa mais fraca do campeonato. Hoje sim, podem desvalorizar a vitória do Benfica!
Mas não o farão, porque isso seria desvalorizar a do Braga, pelo mesmo resultado, contra este mesmo adversário. E a do Porto, com o mesmo número 5 de golos marcados, mas com um sofrido. Mas também não o podem fazer pela dimensão da qualidade da exibição benfiquista. E porque os 5-0 desta vitória, só são cinco porque o guarda-redes do Marítimo fez sete defesas que impediram outros tantos golos. E António Silva (mais uma enorme exibição, a respirar classe), naquele remate fantástico ao poste, Otamendi, João Mário, Gonçalo Ramos e Rafa, não conseguiram acertar na baliza em situações de golo cantado.
Foram 5, mas podiam bem ter sido 15!
O Marítimo entrou na Luz como entram - e têm entrado - todos os adversário: com dois autocarros à frente da baliza do Miguel Silva, duas linhas de cinco jogadores. Não era fácil furar aquelas duas barreiras, e durante a primeira metade do primeiro tempo o Benfica não preencheu todos os requisitos para fazer mexer o autocarro. Faltou mais velocidade, faltou rematar de longe e faltou chegada à linha de fundo.
Não faltaram mudanças de flanco, sempre dos pés de Enzo, e não faltou paciência. Foi esse o maior mérito da equipa do Benfica: paciência para circular a bola sem precipitações, sem falhar passes e sem deixar o adversário tomar fôlego e ganhar confiança. Pelo contrário, à medida que os minutos passavam, os jogadores do Marítimo iam perdendo oxigénio e confiança.
A velocidade que faltava ao jogo do Benfica começou a aparecer na segunda metade da primeira parte. A partir daí as oportunidades de golo começaram a desenhar-se em catadupa. Só deu num golo, de Rafa, já perto da meia hora, mas foram criadas condições e oportunidades para mais três ou quatro.
Logo no início da segunda parte chegou o segundo, e primeiro de Gonçalo Ramos. E depois foi continuar com a exibição bem lá em cima, numa avalanche e oportunidades, mas sem golos. Ou negados pelo guarda-redes maritimista, ou pelos deuses!
Acabaram por chegar atrasados, talvez por terem precisado de tempo para se aproximarem da perfeição. Só isso pode explicar o crescendo de qualidade dos últimos três golos. O terceiro, e segundo de Gonçalo Ramos, num espectacular toque de calcanhar, demorou quase 20 minutos. O quarto, de Neres, mais outro tanto. E por fim, então já perfeito, seis minutos depois, o golo de Draxler. Já bastava ser o primeiro do alemão com o manto sagrado, mas tinha ainda de ser o mais espectacular. Que bonito que foi!