"E isso nos envaidece..."
E ao segundo jogo (de preparação) o regresso de Di Maria... A sério, com a bola nos pés, de camisola 11 vestida. E como assenta que nem uma luva nesta equipa, e neste futebol do Benfica, acrescentando-lhe magia e classe. Classe pura!
Em Basileia, no St. Jakob-Park vestido de vermelho e completamente mergulhado na onda benfiquista, o Benfica 2023/2024 mostrou-se pela segunda vez. E como gostamos do que vimos!
Na primeira parte, com um onze próximo do que serão as opções prioritárias de Roger Schemidt, vimos um Benfica já bem próximo do esperado. De muito bom nível, a deixar crescer água na boca. Se é assim ao segundo ensaio, como será a estreia?
A expectativa é grande, mas ... é preciso que até lá não saia ninguém daquela gente.
Dos que vêm da equipa que foi campeã há dois meses - e eram 8 daqueles 11- nada de novo. Todos ao seu nível. Faltava Otamendi, mas lá estava Morato. E como esteve, impecável e imperial. Faltavam Aursenes e Neres, reservados para a segunda parte. Lá estavam todos os outros - Vlachodimos, Bah, António Silva e João Mário como se não tivessem tido férias; Gonçalo Ramos, agora de 9 nas costas, como se nada se esteja a passar, e Rafa como se não tivesse sido metido na telenovela deste Verão.
Depois lá estava Jurásek, que nem parecia em estreia. E a estrear-se com um golo. E que golo, aquele terceiro!
Kokcu já se tinha mostrado, e foi o primeiro logo a tentar o golo. Aquele futebol geométrico não engana. E logo que a máquina estiver ainda mais oleada, aquele jogo de primeiro toque irá ser uma delícia para a vista.
E Di Maria? É talento puro, a elevar o futebol da equipa para outra dimensão. Quem se lembra dele há 13 anos não o reconhece. É outro jogador, de classe pura. Marcou o primeiro golo, esteve nos dois restantes, encheu o campo e espalhou magia.
Com 3-0 ao intervalo, para a segunda veio outro onze, com outros 10, porque Odysseas manteve-se na baliza. E esta outra equipa nova mostrou que Roger Schemidt tem agora mais soluções no plantel, e deixa-nos a perspectiva de poder agora deixar de ser tão conservador nas suas opções. Ristic mostrou que pode alternar com Jurásek e, ambos, podem fazer esquecer Grimaldo. O teste não foi muito exigente - é verdade - mas os centrais (Lucas Veríssimo e Tomás Araújo) confirmaram a sua elevada qualidade. Aursenes e Neres, já são conhecidos e entram naturalmente nos prioritários. E até Schjelderup e Tengstedt, os nórdicos que tinham chegado em Janeiro, mostraram que não estão ali para fazer número.
O jogo não teve a qualidade da primeira parte, mas isso deveu-se mais à falta de eficácia, especialmente de Neres e dos dois jovens nórdicos - que, de resto foi o único ponto negativo desta segunda apresentação da equipa - e às quebras no ritmo de jogo provocadas pelas substituições na equipa do Basileia (ficou-me a ideia que nunca se jogaram mais de 5 minutos sem interrupções para substituições) que propriamente à qualidade exibicional deste onze do Benfica.
Por isso, pela falta de eficácia, e pela quebra do ritmo de jogo, podendo marcar mais 3 ou 4 golos, o Benfica não voltou a marcar. E acabou por sofrer um golo, já perto do final, no único remate do Basileia à baliza de Vlachodimos na segunda parte. E creio mesmo que do jogo!
São muitos e bons, os jogadores à disposição de Schemidt. Já sabemos do que é capaz de fazer com eles, "e isso nos envaidece"!