E o Benfica ganhou outra vez!
"E o Benfica ganhou. Outra vez" - canta-se na Luz. Cheia, com 60 mil a vibrar com o 5-1 ao Vitória, e com o entusiasmante futebol que a equipa continua a apresentar, jogo após jogo.
A primeira parte foi mais uma gala de futebol. Os primeiros 10 minutos foram de ensaio. A partir daí foi sempre a subir, chegando a momentos de pura maravilha. O primeiro golo surgiu logo aos 13 minutos, depois de um bom cruzamento de Neres, na esquerda - hoje fez de Aursenes, de fora, com o quinto amarelo do Marítimo, há uma semana - desviado ao primeiro poste por Rafa para Gonçalo Ramos cabecear, de rompante, para a baliza.
Depois veio o segundo, de penálti (sobre Rafa), por João Mário. Oito minutos depois, o terceiro. Numa de jogada do melhor que o futebol tem. Espectacular! Por João Mário, bisando, assistido por Gonçalo Ramos, que voltava a ultrapassar na lista de marcadores.
Com poucos remates, bem abaixo do que é normal, o Benfica construiu sete ocasiões de golo. Concretizou três, e uma bola no poste, no remate de Otamendi.
Na segunda parte o Benfica baixou o ritmo. Em condições normais dir-se-ia que naturalmente. Neste Benfica, não. Não tem sido normal o Benfica levantar assim o pé. Mas não deixa de ser compreensível.
O Benfica teve sempre o controlo do jogo. Nem se pode dizer que tenha perdido a ambição de ir mais além, mas baixou a pressão e a intensidade. Sem relaxar. E assim chegou o quarto, em mais uma boa jogada de transição, que acabou em auto-golo (Dani Silva).
Esperava-se o quinto, e o sexto. O Benfica segurava o jogo lá na frente e, quando perdia a bola, respondia com notáveis transições defensivas. Chegou a ver-se um jogador vitoriano a sair em contra-ataque e, pouco depois de passar a linha de meio campo, já estava rodeado por dois ou três jogadores do Benfica. No meio campo defensivo já lá estavam mais três ou quatro, ainda com todos os restantes 10 jogadores do Vitória a saírem da sua área.
A recuperação defensiva é hoje um dos pontos mais altos da equipa. É certo que o golo vimaranense resultou de um contra-ataque. Mas não foi a recuperação defensiva que falhou. Os jogadores estavam lá todos, no seu sítio. Aconteceu apenas que ... acontece. Um segundo de atraso na entrada à bola, às vezes acontece. E nessa jogada aconteceu logo em duas ou três situações. E não é normal que aconteça.
Sofrido o inesperado golo, a equipa voltou a procurar mais. Chegou ao quinto, pelo António Silva, já depois das substituições, podia ter chegado ao sexto, e nunca deixou o domínio total do jogo.
Ainda uma nota para a estreia de Cher Ndour, aos 18 anos. E para uma má notícia: a paragem para as selecções.
Não é nada que agora se desejasse, quando tudo está tão perfeito!