É sempre assim!
A subida das taxas de juros era para combater a inflação. É assim que vem nos manuais de Economia.
A subida vertiginosa das taxas de juro, juntou-se à inflação e, juntas, agravaram a miséria da maioria da população. Em Portugal, três quartos das famílias encontram-se em dificuldades financeiras, como informa hoje o "Barómetro da Deco Proteste".
Os bancos aproveitaram a subida das taxas de juros para engordar margens, esquecendo-se de as aumentar nas suas operações passivas. Como a distribuição aproveitou a inflação para o mesmo, mas isso é outra conversa.
Gerir bancos assim, é fácil. Permitir-lhes que o façam, mais ainda. É certo que alguns bancos centrais se referiram ao assunto, recomendando o aumento da remuneração dos depósitos, mas só isso.
Mesmo sendo fácil gerir bancos assim, ainda há os que ... nem assim. Como se está, para já, a ver nos Estados Unidos. O Silicon Valey Bank, o 16º maior do sistema financeiro americano e equivalente a duas CGD, e dois, mais pequenos - o Silvergate e o Signature, ruíram no fim de semana. Por falta de liquidez para responder aos depositantes que, vendo os juros a pagar a crescer, sem nenhuns a receber, quiseram o seu dinheiro de volta. O Silicon Valey Bank, o banco das startups, tinha aplicado os depósitos em produtos de maturidade incompatível (títulos do tesouro) com a exigência de disponibilidade dos fundos captados (títulos do tesouro) - um dos mais básicos erros em gestão bancária!
Quando os depositantes precisaram do seu dinheiro de volta, não havia. Para responder teve de resgatar essas aplicações, com prejuízos gigantescos. Que o levaram à falência num abrir e fechar de olhos.
O mundo financeiro tremeu. E treme. E pronto - travão a fundo na subida das taxas de juro. Que se lixe a inflação. Que se lixem os manuais.
Que se lixe tudo ... Menos os bancos. Mesmo que, quando os bancos se lixam, sejam os lixados de sempre a lixarem-se ainda mais. É sempre assim!