E tudo o resto ficou de pé
Um helicóptero caiu nas montanhas fronteiriças com o Azerbaijão, daí resultando a morte do presidente do Irão (e do ministro da defesa). Os governantes de Israel apressaram-se a dizer que não tinham nada a ver com aquilo, e acreditamos que desta vez estejam a falar verdade.
Um meteorito passou por aqui a velocidade vertiginosa, e ainda não percebi se caiu no Atlântico se em Castro de Aire.
O Presidente da Assembleia da República achou que o André Ventura pode dizer lá mesmo tudo o que lhe apetecer, sem que isso lhe mereça qualquer reparo, porque a liberdade também serve para publicamente, “difamar ou injuriar pessoa ou grupo de pessoas por causa da sua origem étnico-racial, origem nacional ou religiosa, cor, nacionalidade, ascendência", por acaso crimes punidos por lei da Instituição a que preside. Por acaso numa reunião extraordinária - se não estou enganado a primeira em cinquenta anos de democracia - destinada a responsabilizar o Presidente da República pelo crime de traição à pátria. Por acaso, armado em campeão da liberdade de expressão, freneticamente aplaudido pelos 50 deputados que desencadearam um processo criminal para condenação do Presidente da República por delito de opinião.
E o mesmo que acusa o Presidente de traição à pátria, e gratuitamente injuria pessoas pela nacionalidade, foi a Madrid, à convenção de um partido que celebra a "hispanidade" ibérica, e ostenta um mapa que elimina Portugal, declarar-se - em "portuñol", ao lado de parceiros como o senhor Milei, ou a senhora Le Pen, a expressarem-se nas suas línguas - o próximo primeiro-ministro do país.
E foi assim este fim de semana, em que só caiu um helicóptero e um meteorito. Tudo o resto ficou de pé!