Eleições em França
Macron, reeleito há dois meses, perdeu a maioria parlamentar nas eleições de ontem, onde a abstenção continua a medrar, e a extrema direita saltou para resultados históricos. Ontem, na segunda volta das legislativas francesas, a abstenção passou dos 54%, e o partido de Marine Le Pen passou de 8 para 89 deputados, tornando-se na terceira força política no Parlamento, e no maior partido da oposição.
A coligação "Ensemble", de Macron, elegeu 245 deputados, e ficou a 44 da maioria que lhe permitiria governar sem grande sobressaltos. Assim, não terá tarefa fácil.
Com 144 deputados eleitos, menos 101 mas a apenas 20 mil votos da coligação de Macron, a aliança de esquerda NUPES (Nova União Popular Ecológica e Social), liderada por Jean-Luc Mélenchon, que reúne o seu partido - "La France Insoumise" - Socialistas, Comunistas e Verdes, foi a segunda força mais votada.
Macron não vai ter vida fácil. Depois do abalo que destruiu os partidos do sistema de todo o pós-guerra, o xadrez político francês voltou a sofrer novo terramoto. E a tendência de crescimento da extrema direita na Europa recebeu mais um impulso.