Entrar a ganhar
O Benfica entrou a ganhar na Champions. Ganhar é sempre bom; entrar a ganhar na maior competição de futebol do mundo é ainda melhor.
Falou-se do ambiente em Belgrado, no Maracanã das Balcãs. No Estrela Vermelha campeão europeu. Que não perdia em casa há não sei quanto tempo. Que o heptacampeão sérvio. Depois de o Benfica ganhar já não se falava de nada disso. Falava-se apenas que, nos últimos onze jogos da Champions, perdera dez. E empatara o outro. E que a segunda parte foi má.
É verdade que o Benfica da segunda parte não foi o mesmo da primeira, quando dominou o jogo praticamente como quis, e construiu um resultado (golos de Aktürkoğlu, logo aos nove e minutos, e de Kokçu, ainda antes da meia hora) relativamente confortável. Não sei se, com a lesão de Bah (por falta para vermelho que nem o velho conhecido Michael Oliver, nem o VAR, quiseram ver) poderia ter sido, mesmo que não se tenha visto necessidade de baixar as linhas tanto quanto o fez. A saída do lateral direito dinamarquês teve muita influência no jogo, pelas próprias dificuldades do Kaboré - que entrou a substituí-lo - que obrigaram Bruno Lage a transferir Aktürkoğlu para a direita, e a abdicar de tudo o que ela fazia na frente, incluindo pressionar alto.
Mas também é verdade que o golo da equipa sérvia, a 4 minutos do fim, foi meramente acidental. E que o melhor que se viu, ainda que pouco, tenha sido apresentado pelo Benfica. Como aquele lance concluído com o remate de Amdouni ao poste. Quando o internacional suíço - que entrou com Beste, Barreiros e Aursenes, num regresso que se saúda - deixar de acertar nos ferros vai ser bonito de ver...