Escolhidos a dedo
As posições do Conselho Nacional da Ética e Ciências da Vida (CNECV) dizem-nos sempre muito mais sobre a sua própria composição do que sobre as matérias que apreciam. Temas que dividem os portugueses ao meio são praticamente objecto de unanimidade do Conselho!
Foi assim há pouco mais de um ano sobre a despenalização da morte assistida, e voltou agora - ontem - a ser assim na apreciação das quatro propostas que amanhã estarão em discussão na Assembleia da República. Quando os portugueses, incluindo os médicos, se dividem praticamente ao meio nesta matéria, o CNEV é absolutamente consensual!
Poderíamos pensar que estamos perante um órgão altamente qualificado, composto por filósofos e cientistas altamente dotados e preparados, com uma visão das coisas inalcançável para o comum dos mortais. Mas não. Não estamos. Estamos perante um órgão composto por pessoas escolhidas pela Assembleia da República, pelo Governo e por outras instituições ... Escolhidas a dedo, temos que concluir!