Este sim, foi de Champions!
Antes de mais: que grande jogo, o desta noite na Luz. Daqueles que têm tudo o que se pode esperar, e desejar, de um jogo de futebol. Se há "jogos de Champions", este, sim, foi um deles!
Começo pelo adversário, que já não é simplesmente o PSG de Messi, Mbapé e Neymar. É hoje uma verdadeira equipa de futebol, cheia de jogadores de qualidade extra, e que, ainda por cima, tem Messi, Mbapé e Neymar.
Nada melhor para o tal teste que as más línguas vêm insistindo em dizer que faltava ao Benfica. E para isso nada melhor que a entrada da equipa no jogo - personalizada, sem medo e, acima de tudo, fiel ao seu futebol. Sem concessões de qualquer espécie, e com o seu onze inicial habitual.
E foi assim que o Benfica enfrentou esta super equipa, recheada de grandes estrelas. Os primeiros vinte minutos foram um regalo para os olhos e para o coração dos benfiquistas, com um Benfica dominador e a criar oportunidades de golo. Claras, e duas delas negadas pela grande categoria de Donaruma.
Estava o jogo nisto, com o Benfica a jogar, a criar oportunidades de golo, mas sem conseguir bater o guarda-redes adversário quando, aos 22 minutos, no primeiro remate do PSG à baliza, Messi marcou. Um golo ingrato, e que só não poderemos considerar injusto, porque resulta de uma extraordinária jogada de futebol, ao primeiro toque, construída por aquele fabuloso tridente. E concluída com um remate simplesmente extraordinário, só mesmo ao alcance do génio de Messi.
Os jogadores do Benfica sentiram o golo, e não era caso para menos. Jogar como tinham jogado, para na primeira vez em que os adversários pegaram na bola fazerem, e daquela maneira, o que eles com tanto trabalho não tinham conseguido, arrasa qualquer um. E seguiram-se 15 minutos diabólicos, em que os jogadores do Benfica tiveram de se limitar a correr atrás da bola que aqueles craques trocavam a preceito. E a sofrer.
Foi um quarto de hora em que o PSG teve controlo absoluto sobre o jogo. No entanto, com apenas um remate à baliza. Inofensivo, de Vitinha. Passado esse quarto de hora, o Benfica ressuscitou. E voltou a superiorizar-se. E voltou a ter que contar com a categoria de Donaruma.
O golo do empate surgiu já perto do intervalo, e muito atrasado. A falta de sorte nas quatro oportunidades de golo negadas por Donaruma era atenuada com o auto-golo de Danilo, na disputa de bola, no ar, com Gonçalo Ramos. Ao intervalo o empate era desajustado da realidade do jogo, em que o Benfica tinha sido superior em dois terços do tempo jogado.
Na segunda parte nem a intensidade, nem a qualidade do jogo baixou. A superioridade do PSG foi mais constante, e surgiu então a vez de Vlachodimos discutir com Donaruma a influência no jogo e no resultado. E de o PSG equilibrar as oportunidades de golo criadas por ambas as equipas. Mesmo que o Benfica tenha ainda acrescentado mais três à contabilidade da primeira parte.
A mais clara acabou por pertencer a Rafa, aos 80 minutos. A partir daí o PSG voltou a forçar. E, a partir daí, começou a parecer que o relógio tinha parado, que os ponteiros não se mexiam, e que o minuto 90 nunca mais chegava. Mas chegou, e chegaram também os 4 minutos de compensação, já muito bem geridos pela equipa do Benfica, a ter bola, a jogar no campo todo, e já de volta à aproximação à baliza de Donaruma. E com os jogadores do PSG constantemente obrigados a fazer faltas, e algumas bem duras, sobre os do Benfica.
Que não ganhou, é certo. Mas fez um grande jogo, deu uma enorme resposta, depois da medíocre exibição de Guimarães, e alcançou um resultado importante no contexto deste grupo de apuramento. Não será fácil repetir tudo isto na próxima semana, em Paris. Mas o Benfica mostrou que o poderá fazer!
E que dizer mais do menino António Silva?