Euro 2020 - Aí estão os oitavos
Em Amesterdão o País de Gales até entrou bem no jogo, e foi melhor nos primeiros 15 a 20 minutos do jogo, com Bale a assumir o protagonismo. Pertenceram-lhe então uma série de remates, mesmo que só um deles com alguma probabilidade de sucesso, bem executado, com a bola a sair ligeiramente ao lado, com Schemeichel batido. Foi á beira do quarto de hora de jogo, e ficou como a única oportunidade galesa em todo o encontro.
Depois a Dinamarca mostrou como estabilizou com a goleada sobre a Rússia, que lhe garantiu o apuramento, e começou a espalhar pelo relvado o seu futebol, que tinha começado a mostrar no primeiro jogo, há precisamente duas semanas, o do grave acidente cardíaco de Eriksen, que retomou, ainda que sob alguma instabilidade emocional, com a Bélgica, e que estabilizou finalmente no jogo com a Rússia.
Marcou aos 27 minutos, por Dolberg, que substituía Poulsen, o avançado de serviço, lesionado, e a partir desse golo não mais permitiu qualquer veleidade aos galeses, engolidos pelo futebol dos vikings. Logo no arranque da segunda parte o mesmo Dolberg voltou a marcar, e percebeu-se que a questão já apenas seria por quantos a Dinamarca iria ganhar.
Maehle, o lateral esquerdo que acabou de chegar da selecção sub-21e que, como já aqui referi, é um dos melhores, se não mesmo o melhor deste Europeu, e Braithwaite deram a resposta, já nos minutos finais ~ 4-0!
Em Wembley Itália e Áustria proporcionaram um grande jogo de futebol, emotivo e muito disputado.
Ao intervalo parecia que seria uma cópia decalcada do outro. Surpreendentemente os austríacos entraram a todo o vapor, primeiro a pegar e pois a mandar no jogo. Aos 10 minutos de jogo tinham 73% de posse de bola. Impensável!
Quando se esgotava o primeiro quarto de hora já os italianos tinham as peças da sua máquina de futebol afinadas, e no fim da primeira parte já dominava em todas as variáveis do jogo, e acumulava oportunidades de golo que faziam do 0-0 um resultado lisonjeiro para os austríacos. Só que a segunda parte não confirmou o ascendente italiano, pelo contrário. A Áustria voltou a entrar por cima do jogo, que não mais evoluiria como na primeira parte.
Os austríacos foram até melhores. Valeu então o VAR aos italianos, a quem a arbitragem dentro campo também ia favorecendo. Em pequenas coisas, é certo, mas daquelas que se sabe que pesam no jogo. Dois foras de jogo de VAR anularam um golo e evitaram um penalti aos austríacos, numa segunda parte em que os italianos não lograram uma única oportunidade clara para marcar.
E a surpresa aí estava. Bastou à Áustria levar o jogo para prolongamento para consumar a primeira grande surpresa dos oitavos de final.
Se os recursos que a Itália dispunha em campo já eram muito superiores aos da Áustria, a diferença no banco era ainda maior. E então sim, no prolongamento essa diferença notou-se. Não terá sido simples coincidência que os golos italianos, Chiesa (grande execução) no primeiro, e Pessina, no segundo, tenham vindo do banco. Mas a selecção austríaca não queria sair da competição sem mostrar a fibra de que é feita. E nem com dois golos sofridos no prolongamento perdeu a alma. E quando se começava a pensar que a questão já não era quem conseguiria ganhar à Itália, mas quem lhe conseguiria marcar um golo, a Áustria deu a resposta Donaruma adiou o golo, com uma defesa espantosa. Mas não conseguiu impedi-lo, a seis minutos do fim do prolongamento, e levando o sofrimentos italiano até ao último segundo.
Parabéns ao Sr Foda, e aos seus jogadores - grande lição deixou a Áustria ao regressar a casa. A Itália não deixou de ser a equipa do melhor futebol que se tem visto, apenas permitiu que mais uma vez se confirmasse que o futebol não é ciência. E espera agora por nós. Esperamos nós, que não gostamos de deixar que a esperança morra!