Euro 2020 - E tudo os oitavos levaram
Caiu o pano sobre os oitavos de final do Euro, em palcos britânicos. Em Wembley a Inglaterra eliminou a Alemanha. Mas a norte, em Hampden Park, a Ucrânia fez o mesmo à Suécia.
Agora vêm aí os quartos de final, onde não chegou ninguém do chamado grupo da morte. o tal que juntava os dois últimos campeões do mundo e o campeão europeu. E o único que não tem representação nos quartos de final, todos os restantes, fraquinhos, lá têm alguém. E alguns até têm dois, como são os casos da Bélgica e da Dinamarca, e da Inglaterra e da Chéquia, como agora se chama a pátria dos checos.
Dos três campeões do grupo da morte nenhum se ficou a rir, foram todos para casa à primeira. E não ganharam mais que um único jogo cada um.
O jogo na Escócia foi pouco, ou mesmo nada, interessante. Suécia e Ucrãnia deram um pobre espectáculo. E ainda por cima se arrastou por mais 30 e muitos minutos - tantas paragens teve - de prolongamento. O resultado (1-1) no final dos 90 minutos veio da primeira parte. Marcou primeiro a Ucrânia, por Zinchenco, pouco depois do meio da primeira parte, um tanto ou quanto contra a corrente do jogo. Empatou a Suécia, já em cima do intervalo, por Forseberg, o médio goleador dos escandinavos.
A segunda parte só teve uns breves minutos de algum frisson, ali por volta do meio, com três bolas nos ferros, uma para a Ucrânia, primeiro, e logo depois duas para a Suécia, pelo inevitável Forsberg. E mais uma boa oportunidade pelo fantástico, mas intermitente, Isak. Tudo o resto foi um arrastar do jogo para o prolongamento, e deste para os penaltis.
Aos 7 minutos do prolongamento a Suécia ficou reduzida a 10, por expulsão (vermelho directo, após intervenção do VAR) do central Danielson. A Ucrânia não tirou grande proveito disso, até porque praticamente não houve jogo durante o penoso prolongamento. Pareceu até que que os jogadores só pensaram em jogar alguma coisa quando acreditaram que já nada impediria o recurso aos penaltis. O que viria a ser fatal para os suecos, já que no período de compensação - 4 minutos, mas não haveria minutos que compensassem todas as paragens - permitiram que a bola fosse jogada, e chegasse à cabeça Dovbyk, para marcar no coração da área.
E lá está a Ucrânia nos quartos de final, para surpresa de toda a gente. Até deles próprios.
Bem diferente foi o jogo de Wembley. Um grande jogo, muito agradável à vista, e de uma riqueza e de uma espectacularidade táctica fora do comum. Ingleses e alemães mostraram muito do que raramente se vê nos jogos de futebol.
A primeira parte foi bastante equilibrada, com o jogo muito dividido, mas também muito disputado. E sempre tacticamente muito bem jogado. A Alemanha superiorizou-se na segunda parte, com o seu futebol de régua e esquadro, e de gestão de espaços - ora procurando-os, ora ocupando-os. Só que a Alemanha tem quase tudo, mas não tem Sterling. Nem Harry Kane, que pode andar um jogo todo desaparecido, mas sempre aparece.
Aos 70 minutos Southgate lançou Jack Grealish, e mudou o jogo. Cinco minutos depois esteve na excelente jogada em que Shaw assistiu Sterling para o 1-0. Dez minutos depois, numa cópia perfeita da anterior, assistiu Kane, para uma grande execução de cabeça. Pelo meio, Muller falhou um golo cantado, que daria o empate. Mas não deu, e a Alemanha, a quem Fernando Santos tinha garantido vencer na final, também caiu à primeira.