Euro 2020 - O livro da Bélgica
Concluiu-se hoje a segunda jornada dos grupos B e C e, para não variar, os favoritos já asseguraram a presença nos oitavos de final deste Euro 2020, de 2021.
Para o grupo B defrontaram-se em Copenhaga a Dinamarca, também a jogar em casa, e a Bélgica. Levantava-se a dúvida da saúde psicológica da equipa da casa - ainda ontem aqui se levantava - face ao que tinha acontecido no passado sábado. O que aconteceu a Eriksen, e o que aconteceu depois, na retoma do jogo, e na derrota de todo injusta com a Finlândia.
Logo que o árbitro - o holandês Bjorn Kuiper - apitou para o início do jogo percebeu-se que a equipa dinamarquesa queria sublimar esse infortúnio, e que estava de boa saúde. Entrou fortíssima e chegou de imediato ao golo, ainda antes dos três minutos. Por Poulsen, a aproveitar um passe errado da defesa belga, já meio atarantada com o que lhe estava a acontecer. E continuou em cima dos belgas, sem os deixar respirar.
Ao minuto 10 os jogadores pararam, em arrepiante homenagem a Eriksen. Mas nem essa paragem quebrou o ritmo aos endiabrados dinamarqueses, e logo regressaram ao comando do jogo, como se nada tivesse sido interrompido. E foi assim por toda a primeira parte.
Ao intervalo Roberto Martinez, o espanhol aos comandos da melhor selecção mundial para o ranking da FIFA, fez entrar De Bruyne. E logo a seguir Witsel e Eden Hazard. Nos primeiros 10 minutos a Dinamarca dava a entender que o ritmo da primeira era para manter. Só que, precisamente ao minuto 10, a equipa da Bélgica mostrou que quem sabe nunca esquece. Engatou uma daquelas jogadas que só estão ao alcance de grandes equipas, e de grandes jogadores, e empatou o jogo, num recital de Lukaku e De Bruyne, concluído pelo mais novo e menos famoso dos manos Hazard.
E o jogo mudou, mesmo que os dinamarqueses tenham continuado a porfiar. A esta selecção belga basta abrir uma ou outra vez o livro do seu vasto reportório para acabar com quaisquer dúvidas. Voltou a acontecer ao minuto 70, com mais uma jogada de compêndio, desta vez concluída por De Bruyne. E depois mais um momento bonito, com o génio belga a não festejar e a correr para o sítio onde Eriksen tinha tombado.
A Dinamarca teve ainda duas boas oportunidades para chegar ao empate. Que no mínimo fez por merecer. Não deu, mas pode ser que dê para ganhar à Rússia, para ficarem todos com três pontos, como aqui já tinha previsto.
No grupo C a Ucrânia ganhou à Macedónia do Norte, pela margem mínima (2-1) num jogo que, mais que pela qualidade, se distinguiu por duas particularidades: por ter tido um árbitro sul-americano - argentino -; e por dois penaltis, um para cada lado, defendidos pelos guarda-redes. Só que, no da Macedónia do Norte, o marcador pôde emendar na recarga.
E a Holanda - Países Baixos, como agora de diz - , também a jogar em casa, ganhou por 2-0 à Áustria. Sem entusiasmar, a laranja não é mecânica, nem tem muito sumo. Mas confirmou o favoritismo e está já também nos oitavos de final.
Austríacos e ucranianos, vão agora discutir o segundo lugar num jogo em que o empate até servirá a ambos.