Euro 2024 - II
No "pré-match" da estreia da França neste Euro 24, Mbappé decidiu não falar de futebol. Não falou do jogo, sobre o qual era suposto que dissesse aquelas banalidades que é costume os jogadores dizerem naquelas circunstâncias.
Falou - e bem - do país que representa, e do que lá se passa. E irá passar, com eleições (primeira volta) no fim deste mês, bem antes de ele, e os seus colegas, regressarem a casa. Falou dos valores que estão em risco, e apelou ao voto dos da sua geração para os defender. Falou do respeito e da tolerância que sabe estarem em causa com a vitória da extrema-direita que as sondagens anunciam. Como já tinham falado Marcus Thuram e Dembelé.
A UEFA não gostou. Não gosta desta coisas. Nem gosta que as estrelas do futebol se envolvam em assuntos para que não são chamados. Acha que lhes deve bastar que ganhem muito dinheiro.
Não surpreende. Quem conhece as linhas com que se cosem as altas estruturas do futebol sabe que é assim. O que surpreende é que no seu próprio país tenha havido muita gente a não gostar.
Já por cá, a preocupação da rapaziada que ganha a vida a comentar estas coisas da bola era a medida em que aquilo prejudicava a concentração da equipa.
Já devem estar descansados. Os franceses nunca se desconcentraram e ganharam, com um auto-golo austríaco. Mbappé partiu o nariz, e poderá vir a ficar de fora do(s) próximo(s) jogo(s). Nada que lhe retire o estatuto de principais favoritos.
Com aqueles jogadores nem precisam de treinador. Ao contrário dos ingleses. E se calhar também dos portugueses, logo veremos. Que selecções seriam estas duas nas mãos do suíço Murat Yakin, ou do alemão Ralf Rangnick, que já mostraram que fazem da selecções que treinam (Suíça e Áustria) equipas de futebol de autor?