Eusébio Cup
Hoje regresso ao futebol, mais propriamente ao Benfica, que por aqui não aparecia há mais de dois meses. A pré-época está a chegar ao fim - as contratações e as vendas provavelmente ainda não - e as competições oficiais estão à porta. Dentro de dias, já na próxima terça-feira, aí estão os turcos do Fenerbace para disputar o acesso à cada vez mais milionária Liga dos Campeões.
Ontem o Benfica perdeu - pela primeira vez nesta pré-época - com o Lyon (2-3), no Algarve. Nunca é boa altura para perder, mas é sempre pior na véspera dos grandes jogos. E pior ainda na dos decisivos. Não é para falar da derrota, nem das suas eventuais consequências - até porque há sempre atenuantes, e três bolas nos ferros não é coisa que aconteça em todos os jogos -, nem sequer dos equívocos de Rui Vitória (parece que quantos mais - e melhores - jogadores tiver mais baralhado fica) que hoje volto ao Benfica. Mas é para falar do jogo, sem falar do jogo.
É que este jogo com o Lyon, no Estádio do Algarve, sendo o último dos três da participação do Benfica na International Cup (nos outros dois tinha empatado com o Borussia Dortmund e com a Juventus, nos Estados Unidos, e totalizado 3 pontos, em resultado da vitória e da derrota nos penaltis, respectivamente), foi vendido como Eusébio Cup.
Eusébio e a sua memória não merecem isto. Os benfiquistas, não merecem que se brinque com um troféu concebido para honrar o maior símbolo do Benfica. Depois de, em 2015, ter sido enfiada no meio de uma digressão pela América e disputada em Monetrrey, no México (vitória da equipa local, por 3-0) e de, no ano passado, nem sequer se ter realizado, este ano foi enfiada à martelada na International Cup. Insólito: um mesmo jogo, duas competições!
É um insulto à memória de Eusébio e é um insulto aos benfiquistas. A Eusébio Cup só pode ser disputada no Estádio da Luz, na apresentação oficial da equipa aos sócios, com casa cheia. E cheia de benfiquismo, de entusiasmo e de fé na nova época. Com adversários á dimensão da dimensão do homenageado, um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos e figura única e ímpar da História do Benfica. E com os jogadores orgulhosos de vestirem a camisola que Eusébio tornou conhecida e admirada em todo o mundo, e empenhados ao máximo em oferecer a vitória aos céus, onde se verá o King a agradecer, de lágrima no olho.