Há 10 anos
Fechada a janela dos quartos de final é tempo das últimas despedidas antes do fim de festa. Estas são as despedias em lágrimas: iniciaram-se com o fim da fase de grupos, quando, surpreendentemente, se despediu gente grande como a Itália e a França, esta com uma despedida à francesa – envergonhada, não se sabe se por ter aparecido sem ter sido convidada (ou mal convidada), se pelas tristes figuras que fez; continuaram nos oitavos de final, primeira ronda eliminatória, quando se despediriam alguns convidados VIP, como a Inglaterra e Portugal (até aqui a velha aliança continua viva) e terminaram nos quartos (de final, bem entendido) com a despedida de dois convidados de honra – Brasil e Argentina.
Para o fim de festa ficaram Alemanha, Espanha, Holanda e Uruguai – esta sempre bem protegida pela sorte do sorteio e por outras sortes – que irão disputar os sete jogos correspondentes a todas as rondas da festa. E 10 árbitros!
É aqui que surge o último adeus português: Olegário Benquerença! Fez três jogos – um recorde nacional, nunca um árbitro português tinha arbitrado tantos jogos num campeonato do mundo – e aguentou-se por lá bem mais tempo que a selecção nacional. Chegara primeiro e já entrara em jogo também primeiro, como aqui dera nota. Mas não esteve lá apenas mais tempo: esteve mais tempo e bem melhor que os nossos rapazes, a ponto de não merecer ter regressado a casa antes do cair do pano.
Para esta despedida só há uma explicação, que encontro precisamente na história da histórica participação de Olegário Benquerença: é que acabaram-se os jogos com equipas africanas!
É isso! O nosso conterrâneo estava, no primeiro mundial africano, destinado a arbitrar apenas equipas africanas, de quem muito se esperava. Mas acabaram-se nos quartos de final, e pronto. Já lá não estava a fazer nada…