Há 10 anos
Desde que, há uma semana, a assembleia-geral da PT recusou a oferta da Telefónica para a compra da sua participação na Vivo, a golden share passou para o top da actualidade. Não sei se por mérito da golden share se por demérito da selecção nacional e de Carlos Queirós! Sei é que, desde então, não houve um único dia em que a matéria não estivesse na crista da onda.
E por lá continuará, até porque será conhecida amanhã a sentença do Tribunal da Comunidade sobre esta forma dos Estados permanecerem nos centros de decisão de certas empresas privadas.
Não sendo muito difícil antecipar essa decisão – o mais do que certo chumbo das golden share – não é necessário ser bruxo, nem sequer recorrer ao tal polvo que acerta nos resultados do mundial, para também antecipar um conflito político do governo português com a União Europeia. Os dados estão lançados: Sócrates já apontou o dedo ao ultra liberalismo europeu e Durão Barroso já veio dizer que a decisão – que já todos sabemos qual é, menos, ao que quer fazer crer, ele próprio – é judicial, que não tem nada nem de política nem de ideológica. E que as decisões judiciais são para cumprir! Evidentemente que nem todas, digo eu. A maioria é mesmo para … contestar e para recorrer!