Há 10 anos
O Banco de Portugal apresentou hoje o Boletim de Inverno, onde prevê uma contracção da economia portuguesa em 1,3% para este ano. Para o próximo prevê que cresça 0,6%!
Curiosamente revê o crescimento de 2010 e aponta agora para 1,3%. Se não há aqui nenhuma simpatia especial pelo 1,3 ficamos a saber que a nossa riqueza no final deste ano ficará ao nível de 2009. O que não deixará de ser surpreendente, poderia ser bem pior!
Não fosse o habitual discurso do primeiro-ministro, e do ministro das finanças – já não há como separá-los –, e diríamos que, na actual conjuntura – que nos obriga a todos a correr para a porta para não deixar entra o FMI –, fez muito bem em salientar o crescimento de 2010 e em virar a cara para o lado com a retracção da economia para este ano. Uma recessão que toda a gente sabia inevitável mas que o governo preferiu fantasiar e que põe já em causa a execução orçamental – essa sim, a verdadeira barricada à entrada do FMI. As exportações iriam safar o crescimento, diziam!
E aproveitou ainda para encostar mais uma tranca (pequenina mas enfim!) à porta ao afirmar que o défice de 2010 será inferior aos já proclamados 7,3%. Vindo daquela boca nunca sabemos, mas amanhã é dia de voltar ao mercado e, pelo menos, resolve aquele pequeno problema aritmético aqui notado num destes dias: ganhos na receita fiscal, ganhos na despesa e ainda o fundo de pensões da PT, tudo isto a somar e mantinha-se o défice? Não batia mesmo certo!
Uma coisa é certa: a sessão da Bolsa de hoje já fechou positiva! Ah! E a taxa de juro a 10 anos também já está um bocadinho abaixo dos 7%!
Se Cavaco Silva nem passou cartão à desabrida proposta de Alegre isto só pode ser … Mourinho! Bastou que nos puxasse o ego um bocadinho para cima: virou logo a Bolsa, baixaram os juros e as contas até já parece que começam a bater certas.
Por isso é que já vi hoje uma recomendação: imitar o Gilberto Madaíl e pedir ao Florentino Perez que o empreste por dois ou três meses para governar o país!