Há 10 anos
Continua a decorrer a reunião de concertação social para discutir as medidas de competitividade que nos ajudarão a sair deste buraco onde estamos metidos. Lá está a nata nacional – responsáveis máximos de patrões e trabalhadores e os principais ministros do governo, os superministros – a discutir os grandes problemas que afectam a economia nacional e bloqueiam o nosso futuro.
Como, por exemplo, a inclusão das pontes no calendário de férias! Como se essa não fosse uma prática antiga e mais do que instalada no sector privado da economia, perfeitamente aceite e percebida pelos trabalhadores. Em trinta e muitos anos de actividade profissional à frente de empresas privadas, não encontrei uma única onde o calendário de pontes não fosse estabelecido com o orçamento anual e tido em consideração na programação das férias, sempre com o acordo dos trabalhadores. Contra a lei? Talvez, mas a favor de empresas e trabalhadores, verdadeiramente concertados!
As nossas elites – a nata – andam distraídas. Ou são loiras! Com tantos e tão sérios problemas para resolver, a nata discute um problema que não existe e faz disso a coisa mais importante deste mundo!
Acordem meus senhores: esse problema não existe. Álvaro, isso é como os pastéis de nata, já está! Já toda a gente faz isso, como já toda a gente come natas por esse mundo fora.
Devia ser de outra maneira? Deveria, mas quando a nata é assim…