Há 10 anos
O presidente do Conselho de Administração da RTP, Guilherme Costa, foi apanhado de calças na mão no notável caso da contratação de Paulo Futre.
A Direcção de Programas decidiu contratar o antigo futebolista que virou entertainer naquela inenarrável conferência de imprensa da campanha de Dias Ferreira para a presidência do Sporting. Diz-se que era para comentar o europeu de futebol na estação pública, e ofereceram-lhe, para isso, 30 mil euros por mês. Consta que qualquer coisa como o sêxtuplo do que a TVI lhe pagara para o programa que agora terminou com uma rábula de fuga (a captura do ex-craque para ir cumprir o que lhe restaria do serviço militar) bem ao nível da sua qualidade e da dos protagonistas!
Não importa agora – embora, evidentemente, importe e muito a noção de serviço público e de gestão dos dinheiros públicos desta gente que manda na RTP – se a contratação faz algum sentido. E não faz, obviamente. Desde logo porque o Paulo Futre não é comentador do que quer que seja, nem de futebol. Importa que o ministro Miguel Relvas - que não tira o olho da RTP - soube da marosca e mandou parar o baile. Com estrondo, em voz alta e grossa!
Guilherme Costa começou por dizer ao ministro e à comunicação social que não sabia de nada. De calças na mão!
Depois, passou a dizer que afinal sabia dessa intenção, mas que só por cima do seu cadáver. Que ele nunca assinaria uma coisa daquelas. E de novo de calças na mão!
Finalmente, ao que se diz, a Direcção de Programas vai levar mesmo a sua avante. Vai mesmo contratar Paulo Futre, se bem que por muito menos dinheiro. Quanto muito menos é que se não sabe!
O presidente do Conselho de Administração da televisão pública é que já não está de calças na mão. Já as deixou cair por completo!