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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

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Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Há 10 anos

RECORDAR O NO RECORDAR, ESTA ES LA CUESTIÓN | Alas de escritor

A selecção nacional foi afastada da final do campeonato da Europa, no desempate por grandes penalidades. Que é sempre uma questão de sorte e de azar…

Na circunstância da suerte espanhola no decisivo remate de Fabregas, quando a bola, do poste, segue para dentro da baliza; e do azar português, quando a bola rematada por Bruno Alves, da barra segue para fora!

Antes, o Rui Patrício – finalmente com a oportunidade de se mostrar – defendera, com grande brilho, o penalti de Xabi Alonso, hoje um dos melhores dos espanhóis. Alegria de pouca dura porque, logo a seguir, Moutinho – o jogador português que menos merecia que isto lhe acontecesse – marcou muito mal o primeiro (percebe-se, pela história recente, que Paulo Bento não tenha optado por Cristiano Ronaldo para abrir a série) dos penaltis nacionais, e permitiu a defesa de Casillas. E tinha Sérgio Ramos marcado à Panenka, esse sim, mais ou menos à Panenka!

Desconfio que, a partir deste europeu, com o impacto que esta irresponsabilidade teve na viragem do curso dos penaltis, irão multiplicar-se os Panenkas

E, antes de tudo isso, foram 90 minutos de um jogo que esteve longe de ser sequer aceitável. Com duas equipas dominadas pelo medo, às vezes mesmo de pânico. Foi tanto o medo que ambas traíram o seu modelo de jogo, no caso português seja lá isso o que for. Porque na realidade não se percebe bem!

Foi, por isso e não só, a Espanha quem mais infidelidades cometeu. Desde logo com a introdução de Negredo, um ponta de lança com que a equipa não sabe jogar. Mas também não conseguiu impor o seu tiki taka, nem atingir os tais níveis pornográficos de posse de bola (apenas 57%) nem sequer assumir o domínio no jogo. Da selecção nacional ficou a ideia que poderia ter jogado bem melhor, que teve condições para o fazer, e que só não o fez pelo medo que revelou, que não era perspectivável na conferência de imprensa de Paulo Bento na véspera do jogo. Só não diria que se descaracterizou tanto quanto a Espanha porque jogou de forma muito semelhante à dos piores períodos dos jogos anteriores. Aos vinte minutos iniciais do jogo com a República Checa ou a boa parte do jogo com a Dinamarca, com pouco critério no passe e muito chuto para a frente, sem condições de servir os nossos dois melhores jogadores, aqueles que têm condições para desequilibrar.

Portugal perdeu uma boa oportunidade de ganhar à Espanha e de voltar à final de um campeonato da Europa. Porque a Espanha teve muito medo da selecção nacional, porque a Espanha, por via disso e pelo cansaço que evidenciou, foi bem inferior ao que se espera e exige de um campeão do mundo e da Europa. A equipa nacional não aproveitou a oportunidade que Del Bosque e os jogadores espanhóis ofereceram e limitou-se a defender bem e a controlar o jogo. O que umas vezes basta e outras não!

Quando Del Bosque corrigiu - voltou ao seu sistema alérgico a pontas de lança, e tirou do banco as armas que Portugal tinha em campo mas não sabia utilizar (alas velozes e de grande categoria como são Pedro e Navas) - acabou-se. Manteve-se a defender bem – é certo – mas perdeu o controlo do jogo.

Quando se chegou ao prolongamento o jogo já era outro. A selecção espanhola, que sempre deixara a ideia de bem mais fatigada, foi então superior. O que não deixa de ser surpreendente, porque Paulo Bento deixara as substituições para mais tarde. Tarde de mais, mas também infelizes!

Não resultaram, ao contrário das que Del Bosque fez. Que, evidentemente, também tinha no banco opções que nada têm a ver com as de Paulo Bento.

Acabamos derrotados, com honra mas sem glória, pela armada invencível. Que foi apenas espanhola, não teve - como se receou – ajuda decisiva e visível de mais ninguém. O árbitro turco não esteve sempre perfeito – o maior erro terá sido um benefício ao infractor, quando, aos 30 minutos, marcou uma falta sobre Nani quando ele, resistindo, prosseguiu em direcção à baliza ou, dez minutos antes, quando não assinalou outra sobre o mesmo Nani, o melhor da frente na primeira parte, mas a desaparecer depois - mas também não interferiu em favor dos desejos do Sr Platini.

Nem o resultado nem a exibição de hoje retiram o que quer que seja ao que Portugal fez até aqui neste euro. A selecção nacional fez um grande europeu, muito acima do que seria legítimo esperar e muito acima dos seus limites. O que não quer dizer que sejam as melhores as perspectivas que se abrem, ao contrário do que afirmou Paulo Bento no final do jogo…

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