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Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Quinta Emenda

Tenho o direito de ficar calado. Mas não fico!

Há 10 anos

RECORDAR O NO RECORDAR, ESTA ES LA CUESTIÓN | Alas de escritor

Ao contrário de muitas outras modalidades não se pratica futebol em cadeira. Pratica-se futebol em cadeira de rodas, mas não está, nem de perto nem de longe, tão divulgado como no basket ou no atletismo. Pode mesmo dizer-se que futebol em cadeira só na playstation, como dizia Jorge Jesus noutros tempos, a propósito de outros jogos e de outros locais…

Jogar de cadeirinha tem, no entanto, mesmo a ver com essa imagem de conforto e de tranquilidade que vem da cadeira. Ou da cadeirinha!

Imaginemos então alguém comodamente sentado numa(s) cadeira(s), instalada(s) algures no campo de jogo, no rectângulo, donde se levanta tranquilamente para, de tempos a tempos, intervir no jogo. Agora, que já imaginamos a cena, vamos definir o local de instalação das cadeiras.

À frente? Na zona de ataque, no último terço?

Não! Não pode ser, arriscava-se a estar permanentemente em fora de jogo…

No meio do campo? Na zona central do terreno?

Não! Facilmente se percebe que naquela zona onde tudo se disputa, onde – dizem – se ganham os jogos, onde a densidade populacional é superior à de Macau e a vida corre numa agitação que nem uma entrada de metro à hora de ponta, dificilmente se consegue espaço para colocar uma cadeira. E imaginar alguém lá sentado sem cair logo da cadeira só em ficção!

Só sobra a defesa, pois claro!

Aí está. Só os defesas, os centrais – porque os laterais têm uma vida que é um inferno, num sob e desce constante, sem tempo para se coçar quanto mais para se sentar - podem jogar de cadeirinha!

Mas não são eles que decidem jogar de cadeirinha. Se fossem, claro, não queriam outra vida. Não havia defesa central que não jogasse de cadeirinha. Dependem de terceiros para jogar de cadeirinha: de colegas ou de adversários. Mais de adversários, e muitas vezes mesmo do treinador adversário.

Vamos por partes: uma defesa pode jogar de cadeirinha porque à sua frente, os seus colegas de meio campo – os centro campistas – fazem todo o trabalho, varrem o campo todo e não permitem que adversário nenhum se aproxime sequer da zona de conforto (já que a expressão está na moda) onde os seus colegas tranquilamente gozam dos rendimentos (do seu trabalho). Mas também pode jogar de cadeirinha porque o adversário se perde em equívocos tácticos, não incumbindo ninguém de perturbar aquela tranquilidade. Ou porque, nas mesmas circunstâncias - equívocos tácticos – decide chegar à baliza adversária pela via mais rápida – pontapé para a frente – mas nem por isso a mais eficaz. Do conforto da sua cadeirinha, de frente para a bola, limitam-se a acompanhá-la levantando-se apenas para a recolher ou despachar para o outro lado. Ou ainda porque, preocupando-se apenas em defender, não há sequer maneira de a bola sair do seu próprio meio campo!

Não joga de cadeirinha quem quer, mesmo que o adversário lhe permitas essas condições. É preciso saber. É preciso ter classe…

Há tipos que são demasiado frenéticos para jogar de cadeirinha. Mesmo que queiram não são capazes… Alguém imagina o Bruno Alves a jogar de cadeirinha? Com a fruta que distribui nuca teria tempo para estar sentado…

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