Há 10 anos
No prefácio ao Roteiros VII, Cavaco Silva não surpreende.
Confirma apenas aquilo que dele há muito se sabe, e que há muito por aqui se escreve: que apenas trata da sua vidinha. Sabendo que a melhor forma de o fazer é caladinho. Por isso apenas fala para dizer que é calado que deve estar e permanecer. Que é isso que, sendo bom para ele, é bom para o país!
Um país que olha como se de um tabuleiro de xadrez se tratasse. Onde os portugueses não passam de peões a quem não passa cavaco!
Curiosa esta ancestral forma popular de dizer de quem se não importa…
Marcelo Rebelo de Sousa não lhe poupou elogios, salientando-lhe a inteligência e habilidade política acima de qualquer um. Faltou-lhe dizer – o que, como especialista na matéria, nunca faria - sempre e exclusivamente ao serviço dos seus próprios interesses pessoais. Mas não lhe faltou o sound byte de que se alimenta, e o que importa agora é saber se Cavaco é carnívoro ou herbívoro.
Afinal – vem agora a saber-se - aquela idílica cena das vacas nos Açores, que na altura tantos comentários alimentou, era premonitória de que esta questão viria, mais cedo ou mais tarde, a tomar conta do debate político. Estaria Cavaco embevecido com aqueles prados verdes que faziam felizes aquelas vacas? Ou estaria justamente a salivar perante tanta alcatra, vazia, lombo e maminha?
A dúvida persiste, e aí está o novo tabu de Cavaco. Para durar, como ele gosta, e como só ele sabe gerir: ora passando cavaco a vacas, ora passando a mão pelo pêlo a anonas, ora ainda dando a entender que a especilidade é mesmo a passarada.
Em tudo o resto, sempre mais do mesmo. Do pior do mesmo…