Há 10 anos
O Benfica perdeu mal este jogo e ainda pior este campeonato. O Porto foi feliz, teve a sorte do seu lado e aproveitou-a bem. Se vira abrirem-se-lhe as portas do campeonato quando já o dera por perdido, hoje viu cair-lhe o golo do céu quando já tudo voltara a estar perdido.
O Porto chegou ao empate num desvio do Maxi para a própria baliza. Teve mais bola – bastante mais – mas as poucas ocasiões de golo pertenceram ao Benfica. O Porto criou uma, que culminou num remate à base do poste, mas o James estava fora de jogo, num dos poucos erros do Pedro Proença. O Artur não fez uma única defesa difícil, ao contrário de Helton, na outra baliza, que já perto do fim negou o golo ao Cardozo. E marcou o golo que tudo decidiu já nos descontos, sem deixar qualquer hipótese de recuperação, quando o Benfica controlava confortavelmente os últimos segundos do jogo, na sequência de um alívio que leva a bola até Liedson que, na primeira vez que lhe toca, a deixa ao alcance de Kelvin que, na segunda vez que lhe toca, faz um remate sensacional. Ambos, mas especialmente Liedson, acabados de entrar no jogo em resultado da fé de Vítor Pereira. Tem fé e acredita em milagres, que afinal há!
É muita sorte? Evidentemente que sim… Para além de tudo, eles também têm sorte!
Pelo contrário, o Benfica também tem azar. Mas a incompetência é bem maior... Não há azar que possa explicar a forma como estes dois campeonatos foram perdidos. Nem para explicar que falhe quando não pode falhar. Nem para explicar que festeje quando nada há para festejar...