Há 10 anos
A PT e a brasileira OI anunciaram hoje a há muito previsível – desde que, há meses, Zeinal Bava assumiu a presidência da operadora brasileira – mas sempre desmentida fusão. Que dará origem à CorpCo, o maior operador de telecomunicações de língua portuguesa, com 100 milhões de clientes, que integrará o top 20 mundial do sector.
Mas uma empresa brasileira, sedeada no Brasil e a partir daí governada por Zeinal Beiva. Que a anunciou como operador de quatro continentes, mas onde verdadeiramente apenas um conta: Timor não conta e sempre pouco contará, e Angola, que contava, irá deixar de contar. Por várias razões, entre as quais a forte presença de Isabel dos Santos na Zon, e agora na também nova fusão com a Sonaecom.
Adeus PT, adeus a um dos maiores e mais qualificantes investidores nacionais e adeus a um dos mais qualificados centros de decisão nacional, a dar um ar de canto do cisne ao Data Center da Covilhã (na imagem), acabado de inaugurar.
Não estou nada certo do interesse nacional nesta fusão. Mas, pelo contrário, estou bem certo do interesse dos principais accionistas nacionais, em particular do BES e da Ongoing, de Nuno Vasconcelos, ambos com assento na administração. O que, pelos vistos, levanta grande perplexidade no Expresso, como se percebe pelo que escreve o Nicolau Santos, que pergunta o que é que eles (Ongoing, evidentemente) “fazem no board,” “quem lhes deu a mão” e o “que é que a nova empresa ganha com isso”.
À última, responde ele próprio: “nada, só perde”. Às duas primeiras, como ele não responde, respondo eu: é simples, ao que há muito se sabe são accionistas de referência da PT; à qual foi atribuída a representação de 38% no capital da nova empresa.
A pergunta poderia ser outra: como é que a “completamente descredibilizada” Ongoing atingiu tal posição?
Mas essa era para fazer há muito tempo, agora é muito tarde!